Desafios da Europa: A Necessidade de Solidariedade e Crescimento

A Europa está a atravessar uma crise estrutural profunda, que se arrasta desde a crise económica e financeira de 2008-2009. Este desafio não é apenas económico, mas também de identidade coletiva e de projeto, agravado pela pandemia de Covid-19 e por eventos geopolíticos, como a eleição de Donald Trump. O lema dos Jogos Olímpicos, “Citius, Altius, Fortius – Communiter”, que significa “Mais rápido, Mais alto, Mais forte – Juntos”, reflete a urgência da solidariedade e do trabalho colaborativo nesta fase crítica.

Na recente conferência “Um ano após o relatório Draghi: o que foi alcançado, o que mudou”, Mario Draghi destacou os esforços da Comissão Europeia para enfrentar os desafios delineados no seu relatório anterior. Contudo, Draghi alertou que as pressões sobre o modelo de crescimento europeu aumentaram. Sem um crescimento acelerado, a Europa não conseguirá cumprir as suas ambições em áreas cruciais como a sustentabilidade climática, a digitalização e a segurança, além de garantir o financiamento necessário para apoiar as suas sociedades em envelhecimento.

O ex-presidente do Banco Central Europeu (BCE) sublinhou que as necessidades de financiamento anual para enfrentar os desafios do relatório aumentaram de 800 mil milhões de euros para 1.200 mil milhões de euros, de acordo com novas estimativas. A parte pública deste financiamento quase duplicou, passando de 24% para 43%, o que representa um aumento de 510 mil milhões de euros por ano, principalmente devido ao financiamento público da defesa. Este cenário surge num contexto de espaço fiscal limitado, com a dívida pública da Europa a prever um aumento de 10 pontos percentuais na próxima década, atingindo 93% do PIB.

A análise de Draghi revela que a Europa se encontra numa situação mais complexa do que há um ano. O modelo de crescimento está a enfraquecer, as vulnerabilidades estão a aumentar e não há um caminho claro para financiar os investimentos necessários. Além disso, há um sentimento crescente entre empresas e cidadãos de que os governos não estão a perceber a gravidade da situação.

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Este estudo foi realizado no âmbito do Instituto Bruegel e apresentado durante a reunião informal dos ministros das finanças e governadores dos bancos centrais da União Europeia, que decorreu em Copenhaga. As conclusões reforçam a necessidade de a Europa ganhar autonomia estratégica em áreas fundamentais, como defesa, tecnologia, finanças e matérias-primas críticas, onde a região ficou para trás.

Para que a Europa se torne um “scenario-maker” em vez de um “scenario-taker”, será necessário um novo caminho que exija mais velocidade, escala e intensidade. É essencial aprofundar a integração e promover um trabalho conjunto e solidário para enfrentar os desafios que se avizinham.

Leia também: As implicações económicas da dívida pública na Europa.

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Fonte: Sapo

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