Impresa negocia acordo com MFE, grupo de media italiano

A Impresa, o grupo que detém a SIC e o Expresso, está a negociar um acordo de capital com a MFE, um grupo italiano fundado por Silvio Berlusconi em 1980. A MFE, que tem uma forte presença em mercados internacionais como Espanha, através da Telecinco, é vista como um potencial parceiro estratégico para a Impresa, especialmente num momento em que a situação financeira do grupo português se torna cada vez mais desafiadora.

Francisco Pedro Balsemão, líder da Impresa, já admitiu a possibilidade de entrada de novos acionistas. Em julho, durante o congresso da APDC, ele afirmou que a empresa não se opõe a parcerias que possam beneficiar ambas as partes. “Não estamos fechados à entrada de entidades ou pessoas de fora. Se for uma relação win-win, não fechamos essa porta”, disse Balsemão. Contudo, em resposta a questionamentos do ECO, a Impresa não confirmou oficialmente as negociações em curso, preferindo manter a discrição sobre os rumores que têm circulado.

A MFE, por sua vez, é um dos principais grupos de media da Europa, com uma história marcada pela inovação e expansão. Desde o lançamento do Canale 5, a MFE tem vindo a consolidar a sua posição no mercado, desafiando a emissora estatal RAI e expandindo a sua influência através da criação de canais temáticos e conteúdos originais. A estrutura acionista da MFE é predominantemente familiar, com a holding Fininvest a deter cerca de 33,8% do capital.

Em termos financeiros, a MFE tem demonstrado resultados robustos. Em 2024, a receita consolidada do grupo atingiu 2,95 mil milhões de euros, com um lucro de 137,9 milhões de euros. Este ano, o grupo registou um lucro líquido de 51,4 milhões de euros, além de uma redução significativa da sua dívida líquida consolidada, que caiu para 460,9 milhões de euros. A MFE tem também estado em expansão, tendo recentemente adquirido mais de 75% da emissora alemã ProSiebenSat.1, o que a posiciona como uma das maiores emissoras abertas da Europa.

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Por outro lado, a Impresa fechou o primeiro semestre de 2025 com um prejuízo de 5,1 milhões de euros, um aumento de 27,1% em relação ao ano anterior. As receitas consolidadas da empresa caíram 0,8%, totalizando 85,9 milhões de euros. Apesar do aumento das receitas provenientes da venda de conteúdos e assinaturas digitais, a diminuição das receitas publicitárias e os custos operacionais elevados têm pressionado os resultados financeiros do grupo.

Balsemão referiu que 2025 é um ano de viragem para a Impresa, e a busca por novos parceiros como a MFE poderá ser uma estratégia crucial para a recuperação financeira do grupo. “Este é um ano de virar a página”, afirmou. A dívida remunerada líquida da Impresa aumentou para 148,2 milhões de euros, refletindo os desafios que a empresa enfrenta.

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Fonte: ECO

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