Revolut é o único banco pan-europeu, afirma Carlos Albuquerque

Carlos Albuquerque, ex-administrador da Caixa Geral de Depósitos e ex-diretor de supervisão do Banco de Portugal, participou recentemente no painel “Chave um. Fogo Cruzado. O sistema financeiro europeu: quase tudo por fazer?”. Durante a sua intervenção, Albuquerque fez uma análise crítica sobre a realidade dos bancos na Europa, afirmando que “neste momento só há um banco verdadeiramente pan-europeu, que é o Revolut, que cresce entre 60% a 70% ao ano”.

O especialista sublinhou que a criação da União Bancária tinha como objetivo afastar o risco bancário do risco da dívida soberana. No entanto, Albuquerque considerou que este objetivo é difícil de alcançar, especialmente com o excesso de liquidez que leva os bancos a investir em dívida soberana. “Não há bancos pan-europeus e tão depressa não haverá, pois as realidades bancárias são muito nacionais”, afirmou, referindo-se à resistência de alguns países, como Portugal, a aumentar a presença de bancos estrangeiros no seu território.

Albuquerque também abordou a questão da União Bancária, que, segundo ele, permanece incompleta devido à falta de um fundo de garantia de depósitos europeu. “O problema é a dificuldade de mutualizar a dívida num mercado que não está integrado”, explicou. Apesar dos avanços na harmonização regulamentar e de supervisão, o terceiro pilar da União Bancária ainda não se concretizou, em parte devido à resistência de países como a Alemanha, que mantém uma forte ligação entre o sistema bancário e a dívida soberana.

O ex-administrador da CGD defendeu que todos os países devem assumir algum risco. Nos Estados Unidos, por exemplo, a poupança privada assume riscos significativos, uma vez que apenas 40% dos ativos estão na banca. “O país tem de assumir risco de alguma forma”, reiterou.

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Albuquerque também destacou o risco imobiliário, que foi durante muitos anos suportado pela banca. Lembrou que o nível de imparidades para perdas de crédito dos três maiores bancos portugueses, CGD, BCP e Novobanco, entre 2008 e 2017, foi de cerca de 35 mil milhões de euros. Entre 2018 e 2024, esse nível de imparidades foi reduzido para 12 mil milhões, o que demonstra que a banca assumiu uma parte significativa do risco do país.

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Fonte: Sapo

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