O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, anunciou que o partido irá votar contra a proposta de Orçamento do Estado para 2026, prometendo que fará “tudo” para travar a sua aprovação. Durante uma ação de campanha em Monforte, no distrito de Portalegre, Raimundo considerou o orçamento uma ferramenta que serve apenas a política em curso do Governo.
“Com o nosso voto, isso não será de certeza. Estaremos contra e vamos fazer tudo para o travar”, afirmou Raimundo, sublinhando que a discussão em torno do Orçamento do Estado 2026 é um “circo”, questionando se alguém tem dúvidas sobre a sua aprovação. Para ele, a questão não é se o Orçamento será aprovado, mas sim com quem, referindo que tanto o PS como o Chega podem estar envolvidos nesse processo.
Raimundo criticou a ideia de que o PS não viabilizaria um Orçamento que incluísse alterações laborais, afirmando que isso é uma realidade. “Para um, sobrará a aprovação do orçamento e, para outro, sobrará a aprovação de outros diplomas tão maus como o Orçamento, como o pacote laboral”, disse.
O secretário-geral do PCP destacou que o partido não pode ser corresponsável pelo desmantelamento do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e pela situação de pobreza que afeta dois milhões de portugueses. “O PCP não vai ser responsável por isso. Quem quiser, ponha lá a assinatura, mas tem de assumir as responsabilidades”, frisou.
Raimundo questionou ainda a estabilidade que se refere, se é a das “urgências fechadas” ou a “estabilidade das rendas moderadas de 2.300 euros”. O líder do PCP também comentou sobre o grupo de trabalho entre PSD e Chega, afirmando que “estão a fechar um negócio que só pode ser fechado entre essas forças”, rejeitando participar em agendas que considera reacionárias.
“Era só o que faltava, nós andarmos atrás da agenda e do calendário das negociatas do PSD e do Chega”, disse, enfatizando que a vida das pessoas não deve ser condicionada por estas alianças políticas. Raimundo expressou a intenção de realizar uma campanha autárquica focada nas necessidades reais das pessoas e nas soluções que possam ser apresentadas.
“Quero fazer uma campanha centrada no terreno, em vez de me perder em grupos de trabalho e negociações que não interessam à população”, concluiu.
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Fonte: Sapo
