Impresa e a urgência de um negócio com o grupo MediaForEurope

A Impresa, grupo que controla a SIC e o Expresso, encontra-se numa situação financeira crítica, levando a empresa a confirmar negociações com o grupo italiano MediaForEurope (MFE), fundado por Silvio Berlusconi. A urgência deste negócio surge da crescente degradação financeira da Impresa, que tem enfrentado prejuízos históricos e uma liquidez quase inexistente.

Nos últimos meses, circularam rumores sobre a abertura de capital da Impresa a novos acionistas, que foram desmentidos até agora. António Horta Osório, que integrou a administração da Impresa, saiu sem concretizar esse objetivo. O novo administrador, Pedro Barreto, tem procurado captar investimento junto de grupos familiares portugueses, mas até agora sem sucesso. A única família disposta a investir foi a dos Soares dos Santos, que propôs um investimento superior a 50 milhões de euros, exigindo, no entanto, um corte de 30% nas dívidas da empresa e um papel ativo na gestão do grupo.

A MFE, que faturou cerca de três mil milhões de euros em 2024 e apresentou lucros sólidos, surge como uma alternativa viável para a Impresa. A empresa italiana, que opera em vários mercados europeus, pode trazer a estabilidade financeira que a Impresa tanto necessita. O entendimento com a família Soares dos Santos não se concretizou, mas as negociações com a MFE continuam.

A situação financeira da Impresa SGPS é alarmante. Em 2024, a holding registou perdas líquidas de 56,1 milhões de euros, com um prejuízo consolidado de mais de 66 milhões. A empresa depende integralmente dos dividendos da SIC, que, por sua vez, enfrenta dificuldades para sustentar esses pagamentos. Em 2024, a SIC faturou 151,2 milhões de euros, mas o resultado líquido caiu 43% em relação ao ano anterior.

A Impresa SGPS não tem receitas próprias e depende dos dividendos das suas subsidiárias. Em 2024, os encargos financeiros da holding superaram os dividendos recebidos, o que evidencia a fragilidade da sua situação financeira. A liquidez imediata da Impresa é de apenas 0,03, um rácio preocupante que indica uma incapacidade de cobrir obrigações de curto prazo.

Leia também  Sébastien Lecornu assume como novo primeiro-ministro de França

A SIC, embora ainda gere receitas, está a comprometer a sua saúde financeira para sustentar a holding. A empresa-mãe depende da SIC, mas a SIC está a endividar-se para pagar dividendos que não consegue sustentar. Este ciclo vicioso coloca a Impresa numa posição delicada, onde a entrada de capital fresco é uma necessidade urgente.

Com a MFE a negociar, a Impresa pode encontrar uma solução para a sua crise financeira. A situação é crítica, e a urgência do negócio reflete a necessidade de uma reestruturação que permita à Impresa recuperar a sua estabilidade. A entrada de um investidor forte como a MFE pode ser a chave para a sobrevivência da SIC e do Expresso.

Leia também: O futuro da SIC e do Expresso em tempos de crise.

Leia também: Rússia nega planos de ataque à NATO e promete resposta decisiva

Fonte: ECO

Não percas as principais notícias e dicas de Poupança

Não enviamos spam! Leia a nossa política de privacidade para mais informações.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Back To Top