Argentina à beira da falência após 30 mil milhões de dólares

A Argentina encontra-se novamente à beira da falência, mesmo após ter recebido 30 mil milhões de dólares do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial. Este seria o quarto incumprimento ou reestruturação do país nos últimos 25 anos, um sinal preocupante da instabilidade económica que persiste.

Desde a vitória de Javier Milei nas eleições gerais de dezembro de 2023, a economia argentina passou por altos e baixos. Inicialmente, houve uma melhoria significativa, com os investidores estrangeiros a reagirem positivamente às reformas implementadas. A liberalização da circulação de capitais dentro e fora do país aumentou a confiança dos investidores, levando o índice de ações Merval a uma valorização de 130% em dólares durante 2024.

Milei conseguiu realizar progressos fiscais e regulamentares desde que assumiu o poder, equilibrando o orçamento e reduzindo a burocracia para os empresários. A inflação, que atingiu 211% na sua vitória, estabilizou-se em 30%, com previsões de continuar a descer. Além disso, a economia cresceu 6,3% no segundo trimestre de 2024, impulsionada pela recuperação do sector agrícola após uma severa seca.

No entanto, a taxa de pobreza, que caiu de 52,9% para 38,1% no segundo semestre de 2024, e a balança comercial, que acumulou um superávit de 5,071 mil milhões de dólares, não são suficientes para garantir a estabilidade. O défice fiscal continua a ser um problema, com Milei a aplicar cortes drásticos em áreas como educação e subsídios para alcançar um superávit fiscal.

Apesar das medidas, o investimento não atingiu as expectativas, e o crescimento económico começou a abrandar. A instabilidade do peso e a falta de confiança no banco central contribuíram para a situação. O governo decidiu permitir que o mercado determinasse o valor do peso, mas a desvalorização acentuada da moeda gerou receios entre os investidores.

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A situação agravou-se após um mau desempenho de Milei nas eleições provinciais de Buenos Aires, levando a uma nova onda de venda de pesos. O peso desvalorizou-se quase 10% em apenas 15 dias, e o banco central teve de intervir, gastando 1,1 mil milhões de dólares em três dias para estabilizar a moeda.

A ajuda dos Estados Unidos surgiu como um possível salvador. O Tesouro dos EUA anunciou que estaria disposto a estender apoio financeiro, o que resultou numa recuperação temporária do peso e uma queda nos rendimentos das obrigações argentinas. Contudo, a incerteza permanece, e os investidores continuam a ver as obrigações argentinas como arriscadas.

A questão agora é se a dolarização poderá ser a solução para a Argentina. Embora elimine o risco de desvalorização do peso, também implicaria a perda de soberania monetária e uma dependência das políticas da Reserva Federal dos EUA. Para implementar a dolarização, a Argentina precisaria de reservas líquidas em dólares, algo que atualmente não possui.

Neste momento, a única opção viável parece ser a estabilização do peso e a confiança dos investidores, tanto locais como internacionais. A capacidade de Milei de alcançar um excedente fiscal permanente será crucial para o futuro económico do país. Leia também: O impacto das políticas económicas de Milei na Argentina.

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Fonte: Sapo

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