Família Berlusconi negocia compra de 75% da Impreger

A família Berlusconi está a considerar a aquisição de 75% da Impreger, holding que pertence à família Balsemão e que controla 50,31% da Impresa SGPS, responsável pela SIC e pelo jornal Expresso. Este movimento pode representar a entrada do grupo MediaForEurope (MFE) no sector mediático português, numa altura em que a Impreger enfrenta sérias dificuldades financeiras, com um prejuízo superior a 33 milhões de euros em 2024.

A Impreger, que é detida em mais de 99% por Francisco Pinto Balsemão, confirmou que existem negociações com a MFE, um gigante italiano com forte presença em Espanha e na Alemanha. A confirmação da aquisição de uma participação significativa poderá levar a uma mudança de controlo acionista na Impresa, o que obrigaria a MFE a lançar uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre a sociedade cotada, conforme estipulado pelo Código de Valores Mobiliários.

Atualmente, a Impresa está avaliada em cerca de 21 milhões de euros e tem um acionista de referência, a Impreger, que detém uma posição ligeiramente superior a 50%. A empresa enfrenta um free float de cerca de 30%, com outros investidores como o BPI e a Newshold a deterem participações menores.

A situação financeira da Impresa é preocupante, com perdas acumuladas que superam os 66 milhões de euros, principalmente devido a imparidades de goodwill. A SIC, que historicamente garantia dividendos, está a enfrentar uma pressão significativa nas receitas, o que limita a sua capacidade de sustentar a holding. A Impreger, por sua vez, viu o seu valor contabilístico cair 40% num ano, o que a torna ainda mais vulnerável.

A entrada do grupo de Berlusconi poderá não apenas alterar o controlo da Impresa, mas também oferecer uma solução financeira para a holding. Sem uma injeção de capital externo, a Impreger continuará a acumular prejuízos, o que coloca em risco a sustentabilidade do seu modelo de negócios. A situação é crítica, uma vez que a Impreger depende quase exclusivamente do valor da sua participação na Impresa.

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As dificuldades financeiras da Impreger são evidentes. A holding apresenta uma liquidez muito curta, com ativos correntes limitados e um passivo que inclui impostos diferidos. Além disso, a ausência de dividendos da Impresa e da SIC agrava ainda mais a situação, tornando a holding dependente do desempenho da empresa-mãe.

Uma alternativa à compra da Impreger seria a aquisição direta da SIC, mas as complexas relações financeiras entre as empresas tornam essa opção difícil. Outra possibilidade seria o lançamento de uma OPA sobre a Impresa SGPS, que também está em cima da mesa.

A Impreger, como holding da família Balsemão, enfrenta um futuro incerto. A negociação com a MFE é uma questão de sobrevivência e poderá determinar não apenas o futuro da Impreger, mas também o da própria Impresa. Leia também: O que esperar do futuro da SIC e do Expresso.

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Fonte: ECO

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