A Meo, operadora de telecomunicações, tem como objetivo duplicar a sua receita não telco nos próximos três anos. Ana Figueiredo, CEO da empresa, revelou em entrevista à Lusa que a diversificação das fontes de receita é fundamental para enfrentar os desafios do setor. A Meo, que se posiciona como um operador integrado, destaca a importância de combinar conectividade com tecnologia da informação (TI) e segurança digital.
A empresa já está a inovar no segmento de consumo, com iniciativas como a Meo Energia, e desenvolve a sua atividade através da Meo Labs, que se transformou num centro de negócios, exportando tecnologia portuguesa para mercados internacionais. Figueiredo sublinha que a ambição de duplicar a receita não telco está alinhada com a estratégia de crescimento da empresa, que se prepara para os desafios da inteligência artificial e do edge computing.
A CEO também abordou a inevitabilidade da consolidação no setor de telecomunicações, tanto a nível nacional como europeu. Com cerca de 40 operadores na Europa para uma população semelhante à dos Estados Unidos, onde existem apenas três grandes operadoras, Figueiredo acredita que a consolidação é uma necessidade. Ela exemplifica com o caso de Portugal, que, com cerca de 10 milhões de habitantes, possui quatro operadores, o mesmo número de países com populações muito maiores, como a França e a Alemanha.
A Meo defende que a soberania digital e energética são fundamentais para o país, especialmente num contexto global em que a competição é intensa. Figueiredo enfatiza que uma política industrial forte é essencial para garantir a soberania digital de Portugal, num momento em que o setor de telecomunicações se torna cada vez mais relevante.
Sobre o programa de saídas voluntárias da Meo, a CEO não forneceu números, mas explicou que o objetivo é renovar as competências da empresa. Este processo ainda está em andamento, e a Meo está a recrutar novos talentos, especialmente nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM). Recentemente, a empresa integrou 24 estagiários e contratou 50 ex-estagiários, reforçando a sua equipa com competências essenciais para o futuro.
Figueiredo esclarece que o foco não está na substituição de pessoas por máquinas, mas sim na renovação das competências necessárias para levar a Meo a um novo patamar. A empresa está a investir em automação e na formação de uma nova geração de profissionais, assegurando que a Meo se mantenha competitiva no mercado.
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Fonte: ECO