Eleições na Moldova: Acusações de manipulação marcam votação

As eleições legislativas na Moldova, consideradas cruciais para o futuro do país e a sua adesão à União Europeia, estão a ser marcadas por intensas acusações de manipulação e ingerência. Os partidos pró-União Europeia e pró-Rússia trocaram acusações sobre tentativas de sabotagem, num clima de elevada tensão.

O governo moldavo e as autoridades da União Europeia denunciam uma “profunda ingerência” da Rússia, que, por sua vez, nega as alegações. Os apoiantes de uma aproximação a Moscovo alertam contra fraudes eleitorais e a interferência ocidental, num cenário que promete resultados incertos.

Igor Dodon, líder do Partido Socialista e cofundador do Bloco Eleitoral Patriótico, votou hoje, defendendo um “regresso à normalidade” e a necessidade de não permitir que as autoridades anulem os resultados se estes não forem favoráveis. Dodon, que foi Presidente da Moldova entre 2016 e 2020, acredita que a vitória da oposição é “óbvia” e criticou as alegações de ingerência russa, afirmando que a verdadeira interferência vem do Ocidente.

Por outro lado, a Presidente Maia Sandu, cujo Partido Ação e Solidariedade lidera as sondagens, mas perdeu apoio desde a vitória de 2021, alertou para a “interferência maciça da Rússia” e afirmou que a Moldova está “em perigo”. Sandu denunciou o investimento de “centenas de milhões de euros” por Moscovo em campanhas de desinformação e na compra de votos.

O primeiro-ministro Dorin Recean, também do PAS, incentivou os cidadãos a votarem, sublinhando que “não haverá segunda volta” e que é vital proteger a paz e a soberania do país. Recean apelou à disciplina no voto, destacando o trabalho das forças de segurança para evitar tentativas de sabotagem.

Igor Botan, diretor do think tank moldavo Adept, afirmou que a Moldova “nunca viu tal nível de interferência estrangeira” numa campanha eleitoral desde a sua independência em 1991. Desde 1 de agosto, as autoridades moldavas realizaram mais de 600 buscas relacionadas com tentativas de desestabilização, resultando em várias detenções.

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O serviço de cibersegurança da Moldova informou que foram detectadas tentativas de ataques à infraestrutura eleitoral, que foram neutralizadas sem afetar os serviços. Moscovo continua a negar qualquer forma de interferência.

Com uma população de 2,4 milhões, a Moldova enfrenta várias crises desde a invasão russa à Ucrânia em 2022, o que ameaça o governo pró-europeu de Chisinau. O voto dos emigrantes, que totalizam pelo menos 1,2 milhões, é crucial, dado que muitos deles são tradicionalmente pró-UE e não estão refletidos nas sondagens.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros moldavo relatou uma participação significativa da diáspora, com longas filas de eleitores em cidades como Lisboa, Bucareste e Roma. A votação na região separatista da Transnístria, que tende a apoiar a Rússia, também será observada de perto.

Às 12:00 em Lisboa, a participação nas eleições era de pouco mais de 30%. Nas eleições de 2021, a participação final foi de 52,3%. Cerca de 20 partidos e candidatos independentes estão a concorrer a 101 lugares no parlamento, com analistas a preverem uma assembleia fragmentada, o que poderá resultar em instabilidade.

Leia também: A importância das eleições na Moldova para a União Europeia.

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Fonte: Sapo

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