As tarifas comerciais não são uma novidade da administração atual dos Estados Unidos, mas sim um instrumento que tem sido utilizado ao longo da história para proteger interesses nacionais. No entanto, a recente escalada de tarifas sob a liderança de Donald Trump tem gerado um impacto significativo nas relações comerciais, especialmente após a crise de fornecimento provocada pela pandemia e os conflitos no Iémen.
Neste contexto, é fundamental que as empresas analisem o sistema tarifário em busca de oportunidades inesperadas. Eduardo Ferreira de Lemos, partner da EY, destacou na conferência de aniversário do Jornal Económico que, apesar da crise tarifária, existem oportunidades nas tarifas que as empresas devem explorar. “Com uma transversatilidade de setores, importa saber como reagir”, afirmou.
A questão central é compreender por que as tarifas estão a ser implementadas e qual o seu impacto. A industrialização da China e a diminuição da influência dos EUA no mercado global são fatores que moldam este cenário. As tarifas surgem como uma resposta à transformação do modelo económico norte-americano, que se tem tornado cada vez mais dependente do consumo.
Diversos blocos económicos têm respondido de forma distinta para garantir a sua soberania económica. As tarifas, enquanto mecanismo de protecionismo, têm gerado volatilidade e incerteza, dificultando a tomada de decisões por parte das empresas. Ferreira de Lemos sublinhou que a incerteza não é uma novidade, uma vez que os EUA têm utilizado tarifas em diferentes momentos da sua história. O protecionismo é uma realidade estrutural que terá repercussões económicas a longo prazo.
A questão que se coloca agora é: como devem as empresas reagir a esta volatilidade? A resposta pode não ser simples, mas é claro que o défice dos EUA não desaparecerá rapidamente e a política tarifária não mudará com facilidade. As empresas precisam de se adaptar a esta nova realidade.
Na Europa, a situação é igualmente complexa. Ferreira de Lemos alertou para a necessidade de a Europa se tornar mais competitiva, especialmente face a outros blocos económicos. A demografia e a capacidade económica da Europa estão a ser desafiadas, tornando a atração de talento um imperativo. Contudo, existem boas notícias: a Europa pode beneficiar de uma vantagem em relação à China, especialmente em setores como os têxteis, onde a deslocalização anterior para a Ásia pode ser revertida.
Os empresários devem estar atentos às tendências futuras e tomar decisões informadas. Apenas as empresas com capacidade de investimento e flexibilidade terão a oportunidade de tirar partido das oportunidades nas tarifas. Para isso, é essencial explorar setores de nicho e adaptar-se às novas exigências do mercado.
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Fonte: Sapo