Na abertura da 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas, coube ao Brasil a primeira intervenção, uma tradição que se mantém. No entanto, Inácio Lula da Silva, o presidente brasileiro, optou por um discurso combativo, claramente direcionado ao seu homólogo norte-americano, Donald Trump, sem o nomear diretamente. Esta escolha reflete não apenas a coragem política de Lula, mas também a oportunidade única que a ONU representa como um dos maiores palcos políticos do mundo.
Lula da Silva expressou a sua preocupação com as sanções e tarifas impostas pelos Estados Unidos, que considera uma ameaça à soberania do Brasil. O presidente afirmou que o país decidiu resistir a essas pressões e defender as suas instituições democráticas. “O Brasil optou por resistir e defender a sua democracia”, afirmou, deixando claro que a mensagem era dirigida a todos os que aspiram ao autoritarismo.
Durante o seu discurso, Lula fez uma defesa vigorosa da democracia brasileira, especialmente no contexto dos ataques da administração Trump. Ele também criticou a inação das grandes potências em relação à situação na Faixa de Gaza, sublinhando que “o autoritarismo fortalece-se quando nos omitimos frente a arbitrariedades”. Sem mencionar diretamente Trump, Lula referiu-se ao julgamento que resultou na condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos de prisão, defendendo que o Brasil, mesmo sob pressão, optou por proteger a sua democracia, conquistada há quatro décadas após um período de ditadura.
O presidente brasileiro enfatizou que a soberania e a democracia do Brasil são inegociáveis, afirmando que o país continuará a ser uma nação independente e livre de qualquer tutela externa. “Diante dos olhos do mundo, o Brasil deu um recado a todos os candidatos a autocratas e àqueles que os apoiam”, disse Lula, reforçando a sua posição.
Por outro lado, Donald Trump, ao discursar na mesma assembleia, dirigiu críticas à Europa, afirmando que a imigração está a “destruir” os países europeus. Ele também criticou os países da NATO por continuarem a comprar energia da Rússia enquanto se opõem à guerra. Trump, que negou a importância das alterações climáticas, afirmou que a Europa está a falhar na sua agenda de energias renováveis.
Além disso, o ex-presidente dos Estados Unidos não poupou críticas à ONU, considerando-a ineficaz e acusando-a de estar viciada na perseguição a certos países, presumivelmente referindo-se a Israel. A abertura da Assembleia Geral da ONU foi marcada por uma forte presença da Palestina, que continua a ganhar reconhecimento internacional, o que representa um desafio significativo para as políticas de Israel.
Leia também: A influência da ONU nas relações internacionais.
Lula da Silva ONU Lula da Silva ONU Lula da Silva ONU Lula da Silva ONU Lula da Silva ONU Nota: análise relacionada com Lula da Silva ONU.
Leia também: Trump investe milhões em investigação sobre autismo
Fonte: Sapo