Benjamin Smith, CEO do grupo Air France-KLM, revelou que a empresa ainda não decidiu se irá avançar com uma proposta para a privatização da TAP, mas garantiu que essa decisão será tomada “muito rapidamente”. O executivo sublinhou que, caso a proposta avance, o grupo franco-neerlandês pretende manter o controlo da gestão da companhia aérea portuguesa.
Durante uma conferência de imprensa em Amesterdão, Smith comentou que o Governo português parece inclinado a assegurar uma participação estatal na TAP, semelhante ao que acontece com a França e os Países Baixos. “Se o Governo português quiser manter uma participação, vemos isso como uma possibilidade, tal como temos com os Países Baixos”, afirmou o CEO.
A privatização da TAP envolve a venda de 49,9% da companhia, dos quais 5% estão reservados para os trabalhadores. Uma das opções em discussão é a troca de ações, onde o Estado português poderia trocar 44,5% da TAP por uma participação no grupo Air France-KLM, que atualmente tem um valor de mercado à volta de 3.000 milhões de euros.
Smith comparou o processo da TAP ao que ocorreu com a KLM em 2004, onde foram dadas garantias ao Governo neerlandês sobre a preservação da identidade da marca e a manutenção dos empregos. “Sentimos uma pressão imensa para garantir que a KLM não perdesse a sua identidade”, disse. O CEO também mencionou que garantias semelhantes foram dadas ao Governo dinamarquês em relação à SAS, onde a Air France-KLM possui atualmente uma participação de 19,9%.
Um ponto crucial para a Air France-KLM é a gestão “sem interferência” do Estado. Smith enfatizou que o investimento na TAP só será viável se puderem tomar decisões comerciais de forma independente. “O mais importante para nós é estarmos numa posição de tomar as decisões comerciais na TAP”, afirmou.
O CEO destacou que, para que a Air France-KLM possa extrair sinergias do negócio, é fundamental que haja uma gestão comercial conjunta, que inclua melhores preços na compra de aviões e motores, bem como a integração dos programas de fidelização de clientes.
O decreto-lei que rege a privatização da TAP prevê que o comprador assuma o controlo da gestão, e a relação entre o novo acionista e o Estado será definida através de um acordo parassocial. “Teremos de fazer a nossa proposta e terá de ser negociada”, disse Smith.
Ainda está em aberto o modelo em que a Air France-KLM irá concorrer à privatização. “Pode ser só a Air France-KLM, pode ser com um parceiro financeiro ou um acordo entre Estados. Não afastaria qualquer uma das hipóteses”, concluiu o CEO.
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Fonte: ECO





