Grândola: Turismo e Política em Conflito no Litoral Português

Grândola, uma das regiões mais prósperas de Portugal, tem vivido um intenso debate sobre o impacto do turismo na sua economia e na qualidade de vida dos residentes. Com uma população que não chega a 14 mil habitantes, a previsão é que o número de camas turísticas no concelho dobre, levantando questões sobre a sustentabilidade deste crescimento. Este tema tem sido central nas discussões políticas, especialmente à medida que se aproximam as eleições autárquicas.

Nas últimas semanas, candidatos de diferentes partidos, como Fátima Luzia (CDU), Luís Alexandre (PS) e Sónia dos Reis (AD – PSD/CDS), debateram as implicações do turismo em Grândola. Sónia dos Reis expressou preocupações sobre a alteração ao Plano Diretor Municipal (PDM), que foi aprovado no final de 2024, argumentando que não há garantias suficientes sobre a disponibilidade de água para suportar o crescimento do turismo. A candidata criticou o que considera um “turismo descontrolado” que não beneficia o comércio local, defendendo um modelo mais sustentável.

O PDM, que já tinha sido alvo de controvérsia, foi alterado para reduzir o número de empreendimentos turísticos e limitar a construção de novas camas. O candidato do PS, por sua vez, defendeu um turismo com regras e contrapartidas, propondo a captação de investimento que respeite a habitação e os serviços locais. A CDU, por sua vez, enfatizou a importância de um turismo inclusivo e sustentável, com acessos e estacionamentos gratuitos.

António Figueira Mendes, o atual presidente da Câmara Municipal de Grândola, que está prestes a encerrar um ciclo de 12 anos no cargo, destacou as conquistas do PDM em relação à redução do número de camas turísticas. Mendes acredita que a gestão do turismo em Grândola tem sido uma das suas principais batalhas, sempre com uma preocupação ambiental em mente. Ele recordou que, desde 1981, a Câmara já se preocupava com a defesa do meio ambiente, mesmo antes de existirem as regras atuais.

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No entanto, o setor turístico enfrenta desafios significativos. José Cardoso Botelho, antigo presidente executivo da Vanguard Properties, sublinhou a necessidade urgente de melhorar as infraestruturas básicas, como a rede viária e os serviços de saúde, para apoiar o crescimento do turismo em Grândola. A escassez de habitação acessível é um entrave à fixação de famílias, e a criação de escolas internacionais poderia ajudar a atrair residentes permanentes.

A oferta turística também precisa de diversificação. Apesar do reconhecimento internacional de Grândola como destino turístico, ainda há uma falta de unidades hoteleiras de qualidade e de uma oferta cultural e desportiva mais variada. A inclusão social e a acessibilidade costeira são igualmente cruciais para garantir que o desenvolvimento sustentável beneficie as populações locais.

O futuro de Grândola depende, assim, de um equilíbrio entre o crescimento do turismo e a preservação da qualidade de vida dos seus habitantes. As decisões políticas que serão tomadas nas próximas eleições poderão definir o rumo da região. Leia também: “O impacto do turismo na habitação em Portugal”.

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Fonte: Sapo

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