O preço do ouro está prestes a atingir um marco histórico, aproximando-se pela primeira vez dos 4.000 dólares por onça. Este aumento significativo é impulsionado por uma série de fatores, incluindo a forte procura por parte dos bancos centrais, a fraqueza do dólar e um clima geopolítico instável.
Até ao início de outubro, o preço do ouro valorizou mais de 46%, prevendo-se que 2023 seja o seu melhor ano desde 1979. Na última quinta-feira, 2 de outubro, o metal precioso alcançou um novo recorde, fixando-se perto dos 3.900 dólares por onça (3.896,85 dólares). Apenas em setembro, o preço do ouro subiu 11,92%.
De acordo com o analista do Singular Bank, Nicolás López, o ouro tem sido um dos ativos com maior valorização nos últimos meses, especialmente devido às compras massivas dos bancos centrais, particularmente nos mercados emergentes, que buscam diversificar as suas reservas e reduzir a dependência do dólar.
Pedro del Pozo, diretor de investimentos da Mutualidad de la Abogacía, afirma que o ouro e os metais preciosos estão a viver um verdadeiro “boom”. Ele acredita que a subida do preço do ouro reflete o receio em relação a questões como a guerra comercial, o conflito na Ucrânia e a situação em Gaza. O analista prevê que o preço do ouro continuará a subir “durante algum tempo”.
Os analistas do Bank of America também aumentaram a sua previsão para o preço do ouro, estabelecendo um novo alvo de 4.000 dólares. Este ajuste reflete a pressão inflacionista resultante das tarifas, as tensões geopolíticas e o défice estrutural dos Estados Unidos. Por outro lado, os especialistas do Deutsche Bank acreditam que a procura robusta e a desvalorização do dólar contribuirão para a continuidade da alta do preço do ouro.
Os especialistas do Bankinter destacam que o ouro, que historicamente apresenta uma correlação inversa ao dólar, poderá ultrapassar os 4.000 dólares, especialmente devido à fraqueza da moeda norte-americana, uma tendência que parece estar a manter-se.
Além disso, os analistas do grupo bancário Julius Baer investigaram se o ouro tem um teto de valorização e concluíram que tanto o ouro como a prata aceleraram a sua valorização após uma reação inicial moderada ao corte das taxas de juro da Reserva Federal dos Estados Unidos. As expectativas de novos cortes nas taxas de juro têm sido um fator crucial para o desempenho dos preços, aumentando a procura por ouro e prata.
Neste contexto, a instituição financeira mantém uma perspectiva positiva tanto para o ouro como para a prata, uma vez que os investidores continuam a mostrar interesse, com entradas de capital em produtos com respaldo físico. Desde o início do ano, as entradas de ouro ascendem a cerca de 400 toneladas, e as previsões apontam para que 2025 seja “o melhor ano desde 2020”.
Com a alta do preço do ouro, outros metais preciosos também registaram aumentos significativos este ano. A prata, por exemplo, subiu mais de 60% e está a caminho de ter o seu melhor ano desde 2010.
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Fonte: ECO





