O Museu do Caramulo, localizado no distrito de Viseu, conseguiu angariar mais de 20 milhões de euros através do programa de vistos gold em Portugal, segundo informações divulgadas pela Bloomberg. Este programa tem atraído doadores de vários países, incluindo China e Estados Unidos, que obtêm autorização de residência ao investirem na arte.
Salvador Patrício Gouveia, presidente da direção do museu e neto do seu fundador, referiu em entrevista à Bloomberg que este investimento estrangeiro provocou uma “mudança radical” na instituição. Graças aos fundos obtidos, o Museu do Caramulo não só renovou as suas infraestruturas e adquiriu novos itens para exposição, como tanques e outros veículos de guerra, mas também revitalizou a vila que, sem este apoio, poderia ter enfrentado o abandono.
Com uma receita anual de apenas dois milhões de euros, o museu lutava para cobrir os custos de manutenção. No entanto, agora possui recursos para renovar, adquirir novas peças e preparar a abertura de um futuro museu de brinquedos. Os resultados são visíveis, com um aumento significativo no número de visitantes. Em 2024, o Museu do Caramulo registou o seu melhor ano desde a fundação em 1953, superando os 42 mil visitantes, além dos 17 mil que passaram pelo Caramulo Experience Center, inaugurado em 2022 e dedicado ao automóvel.
O sucesso do Museu do Caramulo é um exemplo do impacto positivo que os vistos gold podem ter, mesmo em tempos de travão no investimento imobiliário. O programa continua a estar ativo, permitindo investimentos em zonas de baixa densidade populacional, agricultura, investigação científica e doações para arte e património cultural.
Além do museu, outros projetos também beneficiam deste investimento. O fundo Pela Terra, com sede em Lisboa, utiliza os recursos dos vistos gold para cultivar amêndoas e azeitonas em várias regiões de Portugal. Com o apoio de investidores de 27 países, já conseguiu arrecadar mais de 75 milhões de euros. Jim Davidson, um norte-americano residente em Denver, Colorado, é um dos investidores que decidiu apostar neste fundo, afirmando que o investimento não só contribui para o crescimento do país, mas também lhe oferece a possibilidade de obter residência portuguesa.
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Fonte: ECO
