“Labirinto à Beira-Mar”: A Última Obra de Zbigniew Herbert

Zbigniew Herbert (1924-1998) é considerado um dos poetas e pensadores mais influentes do século XX, com uma profunda admiração pela Antiguidade Clássica, especialmente pela Grécia. A editora Cavalo de Ferro tem desempenhado um papel crucial na publicação da sua obra, que muitas vezes foi censurada no seu país natal, a Polónia. Agora, chega às livrarias “Labirinto à Beira-Mar”, a terceira e última parte da trilogia de Herbert dedicada à arte e à história europeias.

Assim como os livros anteriores, “Um Bárbaro no Jardim” e “Natureza Morta com Brida”, “Labirinto à Beira-Mar” é uma combinação de ensaio e relato de viagem. Através das páginas, Herbert oferece uma reflexão sobre a paisagem cultural e geográfica da Europa, convidando o leitor a embarcar numa jornada fascinante.

A aventura literária começa em Heraclião, na ilha de Creta, onde se encontra o famoso Palácio de Cnossos. No museu local, Herbert revela o seu encantamento pela arte minóica, especialmente ao deparar-se com o sarcófago de Hagia Triada, uma das raras peças inteiramente pintadas desta civilização da Idade do Bronze. Este momento é emblemático da capacidade de Herbert de encontrar beleza e significado em cada detalhe da história.

A narrativa prossegue com a história de Arthur Evans, o arqueólogo responsável pela descoberta de Cnossos. Herbert descreve com entusiasmo o quotidiano da cidade cretense, proporcionando ao leitor uma experiência quase sensorial, como se estivesse a passear por um bazar turco. Através das suas palavras, somos transportados para a História de Minos e para o rico legado da arqueologia europeia.

O livro não se limita a Creta; Herbert também explora outras paisagens e histórias da Grécia, fazendo uma breve paragem em Itália, antes de concluir a sua viagem na Grã-Bretanha. Aqui, o autor reflete sobre o estudo do Latim, uma língua que o marcou profundamente, em parte devido a uma jovem que nunca reparou nele. Este toque pessoal acrescenta uma camada de profundidade à obra, mostrando a vulnerabilidade e a humanidade do autor.

Leia também  David Szalay conquista o Booker Prize 2025 com "Flesh"

“Labirinto à Beira-Mar” é, portanto, uma obra que não só celebra a arte e a história, mas também a capacidade de um autor de se maravilhar com o mundo à sua volta. Os leitores que apreciam a combinação de ensaio e relato de viagem encontrarão nesta obra uma fonte de inspiração e reflexão.

Leia também: “Um Bárbaro no Jardim”, outra obra notável de Zbigniew Herbert.

Labirinto à Beira-Mar Labirinto à Beira-Mar Nota: análise relacionada com Labirinto à Beira-Mar.

Leia também: Aposta Precoce na Cultura é Prioridade do Governo

Fonte: Sapo

Não percas as principais notícias e dicas de Poupança

Não enviamos spam! Leia a nossa política de privacidade para mais informações.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Back To Top