O Governo português manifestou a sua preocupação em relação às previsões de tráfego do novo aeroporto de Lisboa, solicitando uma revisão urgente dos números apresentados, especialmente para o período entre 2035 e 2045. Esta solicitação surge na sequência da análise do Relatório das Consultas sobre o novo aeroporto, que contou com a participação de mais de 100 entidades, incluindo companhias aéreas, empresas de assistência em escala e várias câmaras municipais.
Na carta enviada à ANA Aeroportos, os ministros das Finanças e das Infraestruturas, Joaquim Miranda Sarmento e Miguel Pinto Luz, sublinham que existe um desalinhamento significativo entre as expectativas dos stakeholders e as projeções de tráfego fornecidas pela concessionária. Este desalinhamento é particularmente preocupante para o futuro do novo aeroporto, que deverá ser dimensionado de forma realista para responder à procura.
Os governantes enfatizam a importância de que o projeto do novo aeroporto Luís de Camões, localizado no Campo de Tiro de Alcochete, e o respetivo plano diretor estejam fundamentados em previsões de tráfego que reflitam a realidade. Apenas assim será possível garantir que a infraestrutura esteja adequada para atender à demanda e acomodar possíveis desvios positivos.
“Desta forma, o concedente, que é o Estado, considera que a previsão de tráfego e os seus pressupostos devem ser revisitados o quanto antes”, afirmam os ministros na missiva. Esta revisão é vista como essencial para assegurar que o novo aeroporto possa operar de forma eficiente e eficaz no futuro.
No sumário executivo do relatório, que foi divulgado recentemente na página do Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT), a ANA reconhece que, de modo geral, os stakeholders não rejeitam a ideia de crescimento apresentada. No entanto, destaca que não foram apresentadas previsões alternativas sustentadas por estudos concretos, o que levanta questões sobre a viabilidade das projeções atuais.
A revisão das previsões de tráfego do novo aeroporto é, portanto, um passo crucial para garantir que a infraestrutura atenda às necessidades futuras do setor da aviação em Portugal. A falta de dados concretos pode comprometer a eficácia do projeto e a capacidade de resposta a um aumento da procura.
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Fonte: Sapo
