A implementação da inteligência artificial (IA) no sector público português pode resultar num aumento significativo da produtividade, estimando-se que esta tecnologia possa adicionar 1,2 mil milhões de euros à economia nacional anualmente. Esta conclusão surge de um estudo realizado pela Implement Consulting Group em colaboração com a Católica Lisbon School of Business and Economics para a Google.
O estudo revela que mais de metade dos trabalhadores do sector público já recorre a ferramentas de IA, e 80% acredita que estas tecnologias serão cruciais nos próximos dez anos. Um exemplo prático da aplicação da inteligência artificial é o assistente virtual disponível no portal Gov.pt, que, no seu primeiro mês de funcionamento, respondeu a mais de 17.000 interações, conseguindo resolver 62% dos casos sem a necessidade de intervenção humana.
Os investigadores destacam que cerca de 66% dos funcionários, o que equivale a cerca de 200 mil pessoas, poderiam ver as suas tarefas diárias otimizadas através da utilização da inteligência artificial. Isso permitiria que estes profissionais dedicassem mais tempo a prestar um apoio mais próximo aos cidadãos e a resolver questões complexas, como a gestão de documentos em falta em pedidos de nacionalidade ou a redacção de textos legais.
Além disso, a inteligência artificial pode simplificar interações essenciais com os cidadãos, como a pré-preenchimento de formulários e a simplificação de candidaturas a contratos públicos. Contudo, para que Portugal possa aproveitar plenamente este potencial, é necessário ultrapassar desafios como a fragmentação na tomada de decisões e o risco de dependência de fornecedores.
Adicionalmente, a Google.org está a investir 1 milhão de dólares na INCO e na Chance, com o objetivo de fornecer competências avançadas em inteligência artificial e orientação profissional personalizada a 7.000 estudantes universitários em Portugal. Esta colaboração com universidades locais, incluindo o Instituto Politécnico de Santarém, visa preparar os estudantes para prosperarem em sectores de emprego que estão a ser transformados pela inteligência artificial.
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Fonte: Sapo
