A ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, afirmou hoje no parlamento que a produção de energia eólica no mar, conhecida como eólica ‘offshore’, só será viável quando houver condições económicas favoráveis. Durante uma audição que durou cerca de cinco horas, a governante destacou que, neste momento, a eólica ‘offshore’ está “muito longe” de ser considerada economicamente viável.
“Até que a eólica ‘offshore’ se torne viável, não haverá qualquer decisão sobre o seu desenvolvimento”, afirmou a ministra, em resposta a questões do partido Chega sobre a implementação deste tipo de energia no distrito do Porto e os possíveis impactos na atividade piscatória local.
Maria da Graça Carvalho sublinhou que ainda não foram tomadas decisões sobre a produção de energia eólica ‘offshore’, existindo apenas um plano que identifica áreas potenciais para a sua exploração. “A autorização para avançar com projetos de eólica ‘offshore’ será dada apenas após uma análise cuidadosa dos impactos ambientais e económicos”, acrescentou.
O Plano de Afetação para as Energias Renováveis Offshore (PAER), aprovado em janeiro, define as áreas do espaço marítimo nacional para a exploração comercial de energias eólicas ‘offshore’. Este projeto, que começou com o governo anterior, prevê a criação de um parque eólico ‘offshore’ em Portugal com uma capacidade total de 10 gigawatts (GW), abrangendo áreas como Viana do Castelo, Leixões, Figueira da Foz, Ericeira-Cascais e Sines.
Entretanto, várias associações do setor da pesca expressaram preocupações sobre o impacto que a instalação de parques eólicos ‘offshore’ pode ter nas comunidades piscatórias e na fauna marinha. A Avaliação Ambiental Estratégica do projeto reconhece que a instalação de eólicas ‘offshore’ poderá resultar na redução da atividade de pesca e até no abate de embarcações.
O plano final, publicado em fevereiro, prevê uma área total de exploração de 2.711,6 quilómetros quadrados, incluindo 5,6 km² na Aguçadoura (Póvoa de Varzim) para projetos de investigação não comerciais. Esta área representa uma diminuição de 470 km² em relação à proposta inicial. As áreas definidas incluem 229 km² em Viana do Castelo (0,8 GW), 722 km² em Leixões (2,5 GW), 1.325 km² na Figueira da Foz (4,6 GW), 430 km² em Sines (1,5 GW) e 5,6 km² na Aguçadoura.
“A área final do PAER permitirá atingir uma potência instalada de cerca de 9,4 GW para projetos comerciais, ao mesmo tempo que acomodará medidas de mitigação de impactos ambientais que possam ser necessárias”, conclui o documento.
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Fonte: Sapo





