A Economia Circular na COP30: Uma Solução para a Descarbonização

A economia circular vai estar em destaque na COP30, onde especialistas sublinham a sua importância não apenas na redução de desperdícios, mas também como uma ferramenta essencial para a descarbonização. Durante uma conversa no podcast Clima 3.0, Sandra Silva, CEO da Veolia em Portugal, e Inês Costa, associate partner da Deloitte na área de sustentabilidade, discutiram a relevância deste modelo económico.

Sandra Silva enfatizou que a economia circular deve ser parte integrante das estratégias de descarbonização. Indústrias como a do vidro dependem da reciclagem para reduzir as suas emissões. A CEO da Veolia alertou ainda para a escassez de matérias-primas críticas, essenciais para a eletrificação do sistema energético. Este ano, algumas fábricas de baterias pararam a produção devido à falta de materiais, um sinal claro da necessidade de uma abordagem circular.

Inês Costa acrescentou que a coordenação na circularidade de materiais em setores como o aço, químicos e cimento poderia levar a uma redução significativa de 231 milhões de toneladas de dióxido de carbono por ano. Contudo, Sandra Silva destacou que os recursos naturais estão a esgotar-se rapidamente, com o Dia da Sobrecarga da Terra a ocorrer cada vez mais cedo. Este ano, em Portugal, esse dia foi em maio.

A regulação e o financiamento são desafios que as empresas enfrentam na transição para a economia circular. Sandra Silva observou que muitas empresas ainda se limitam a cumprir obrigações regulamentares, sem adotar uma verdadeira mudança de mentalidade. Inês Costa concordou, apontando que a incerteza regulatória é um grande impedimento para a implementação de soluções circulares.

Para avançar, é fundamental que as empresas colaborem e identifiquem subprodutos que possam ser reutilizados como matérias-primas. Em Portugal, são geradas cerca de 5 milhões de toneladas de resíduos urbanos anualmente, e os resíduos comerciais e industriais somam 15 milhões. Este desperdício representa uma oportunidade significativa para reintegrar materiais na economia, evitando a extração de novas matérias-primas.

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A inovação é outro pilar essencial para a economia circular. As empresas devem questionar os seus processos e procurar parcerias com indústrias aparentemente não relacionadas. A Deloitte e o Conselho Para o Desenvolvimento Sustentável Mundial (WBCSD) vão lançar o Global Circularity Protocol durante a COP30, com o objetivo de ajudar as empresas a identificar oportunidades e monitorizar as suas iniciativas.

Sandra Silva espera que a COP30 resulte numa meta robusta de descarbonização a nível global, onde a economia circular seja reconhecida como uma solução viável. Inês Costa também deseja que mais países sigam o exemplo do Brasil, que já incluiu a economia circular nas suas Contribuições Nacionalmente Determinadas para a descarbonização.

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Fonte: ECO

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