O mandato de vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), atualmente ocupado pelo espanhol Luís de Guindos, termina em maio de 2026. No entanto, já se começam a desenhar movimentações para a sua sucessão. Durante a reunião do Eurogrupo, realizada esta quarta-feira, foram discutidos apenas os procedimentos formais para a escolha do novo vice-presidente, mas nos bastidores, o nome de Mário Centeno tem sido promovido por vários portugueses que integram o Conselho Europeu.
António Costa, atual presidente do Conselho Europeu e ex-primeiro-ministro de Portugal, tem estado na linha da frente a apoiar a candidatura de Centeno, que foi seu ministro das Finanças. Além de Costa, outros membros da equipa, como Luís Rego e Bernardo Pires de Lima, também estão a fazer lobby em favor do ex-governador do Banco de Portugal.
Questionado sobre a possibilidade de Centeno ser o próximo vice-presidente do BCE, o banco não comentou, afirmando que a decisão cabe ao Conselho da União Europeia. O jornal Politico, que se especializa em política europeia, considera que Mário Centeno é um candidato forte para a nomeação.
O atual Ministro das Finanças sublinhou que a presença de um português em cargos internacionais é sempre positiva para o país, mas evitou comentar diretamente sobre Centeno. Luís Montenegro, líder do PSD, também foi questionado sobre a candidatura e afirmou que se irá empenhar por uma boa representação de Portugal no BCE, sem, no entanto, referir diretamente Centeno.
Apesar de ainda não ter apoio formal do Governo, Mário Centeno enfrenta uma concorrência significativa. Olli Rehn, com o apoio da Finlândia, e outros candidatos como Boris Vujčić e Christina Papaconstantinou, estão na corrida. A situação é complexa, uma vez que Centeno poderá também ser considerado para a presidência da Autoridade Bancária Europeia (EBA), caso a sua candidatura ao BCE não avance.
Com o cenário europeu em constante mudança e a saída de dois espanhóis de cargos importantes no início do próximo ano, Mário Centeno tem várias opções em aberto. O ex-governador do Banco de Portugal continua a ser uma figura relevante no debate sobre a futura liderança do BCE. A luta pela representação portuguesa nas instituições europeias é um tema que promete continuar a gerar discussões.
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Fonte: Sapo





