O terceiro relatório anual ‘State of European Angels 2025’, elaborado pela Nordic Angels e pelo Boston Consulting Group (BCG), revela que as startups europeias continuam a demonstrar resiliência e um significativo potencial de inovação. O documento sublinha que, para desbloquear todo o potencial do ecossistema de startups na Europa, é fundamental uma maior disposição para correr riscos, apoiando fundadores com ideias inovadoras e promovendo uma colaboração mais eficaz entre business angels e fundos de capital de risco.
Andreas Grape, CEO e cofundador da Nordic Angels, afirma que “períodos como este tornam os investidores mais seletivos, mas também mais estratégicos”. Ele destaca que a procura de negócios está a mudar, com um foco crescente na criação de um impacto duradouro. A colaboração e a partilha de capital entre investidores são, portanto, mais necessárias do que nunca.
Apesar da inflação e das taxas de juro elevadas, a incerteza global permanece em níveis elevados, levando os investidores a optarem por “apostas mais seguras” em fases mais avançadas. O relatório indica que, embora essa mudança reflita uma cautela no mercado, os fundamentos da Europa oferecem razões para otimismo. A participação de investidores estrangeiros no capital de risco europeu aumentou de 36% em 2023 para 45% no primeiro semestre de 2025, com um destaque especial para os investidores norte-americanos.
O panorama do investimento em business angels na Europa continua a crescer, com um aumento de 7% no valor médio dos negócios desde 2020. No entanto, o relatório alerta que a Europa registou uma das quedas mais acentuadas na atividade de capital de risco em 2024, com uma diminuição de 7% nos investimentos e uma queda de 9% no número de rondas de financiamento em comparação com o ano anterior.
A nível global, a angariação total de fundos de capital de risco caiu 40%, com os investidores a preferirem rondas maiores e em fases mais avançadas. Apesar desta contração, a Europa conseguiu aumentar a sua quota de investimentos globais de capital de risco para 12%, sustentada pela crescente participação estrangeira e por uma base sólida em fases iniciais do ecossistema de startups.
O relatório destaca que a Europa representa agora cerca de um terço de todo o financiamento global em fase inicial, evidenciando a força do continente neste domínio. Nicolas Schmidt, diretor-geral e partner da BCG, afirma que “mesmo num ambiente desafiante, a Europa continua a demonstrar a sua força no investimento em fase inicial”.
Além disso, a Europa é classificada entre os líderes globais em setores como Tecnologia Industrial, Tecnologia Climática e Tecnologias de Ponta. O relatório revela que a Europa ultrapassou os Estados Unidos em investimentos de capital de risco em tecnologia industrial, refletindo uma base industrial robusta e um foco crescente em tecnologias limpas.
Na área da Tecnologia Climática, os investimentos cresceram 28% ao ano na última década, impulsionados por iniciativas da União Europeia. Em Tecnologias de Ponta, o continente atrai agora mais de 20 mil milhões de dólares em investimentos anuais, com áreas como defesa, inteligência artificial e semicondutores a ganharem destaque.
Ash Pournouri, presidente executivo e cofundador da Nordic Angels, conclui que “a Europa está a provar que a resiliência e a inovação podem coexistir”. Ele enfatiza que este é o momento para os investidores-anjo liderarem e apoiarem ideias que possam ter um impacto significativo na sociedade.
Leia também: O papel dos investidores-anjo no crescimento das startups.
startups europeias startups europeias startups europeias startups europeias Nota: análise relacionada com startups europeias.
Leia também: Governo dos EUA retoma atividades após o maior ‘shutdown’ da história
Fonte: Sapo
