De acordo com o Boletim Eletricidade Renovável da Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN), em outubro de 2025, 66% da eletricidade produzida em Portugal Continental teve origem em fontes renováveis. Este valor corresponde a 2.242 GWh de um total de 3.395 GWh gerados no mês.
No acumulado de janeiro a outubro, Portugal destacou-se como um dos líderes na utilização de energias limpas na Europa, com 75,2% da eletricidade proveniente de fontes renováveis. Este desempenho coloca o país na quarta posição em termos de percentagem de eletricidade renovável, atrás da Noruega, Dinamarca e Áustria. Comparando apenas o mês de outubro, Portugal superou países como Alemanha (63,2%), Espanha (50%), Itália (34,2%) e França (26,3%).
Entre janeiro e outubro, o preço médio no Mercado Ibérico de Eletricidade (MIBEL) foi de 65,6 euros/MWh, com 1.266 horas de produção 100% renovável. A APREN destaca que a contribuição das energias renováveis resultou numa poupança acumulada de 6.301 milhões de euros, equivalente a uma média de 151,6 euros/MWh.
Em outubro, a produção de eletricidade renovável gerou uma poupança de 66 milhões de euros em gás natural importado, 11 milhões em eletricidade importada e 60 milhões em licenças de emissão de CO₂. Estes dados reforçam a importância das energias renováveis na redução da dependência energética e na promoção da sustentabilidade ambiental.
A APREN sublinha que o setor das energias renováveis já exerce uma função estrutural na economia nacional, contribuindo para as finanças públicas e autarquias locais. Isto é feito através do financiamento da tarifa social de energia e da entrega de 2,5% da faturação anual dos parques eólicos aos municípios.
Pedro Amaral Jorge, CEO da APREN, afirmou que “Portugal tem demonstrado que é possível crescer economicamente ao mesmo tempo que se reduzem as emissões”. Os dados de outubro, com dois terços da eletricidade proveniente de fontes renováveis, confirmam esta tendência.
O CEO da APREN também destacou que as tecnologias limpas se tornaram mais competitivas e acessíveis, sendo fundamentais para a independência energética do país. É vital, segundo ele, garantir um ambiente político, fiscal e regulatório que promova o investimento e acelere a transição para um sistema 100% renovável.
A associação alerta que qualquer aumento fiscal sobre os ativos renováveis poderia prejudicar as metas de descarbonização e desencorajar o investimento num setor que tem sido crucial para a redução da fatura energética e para o crescimento económico sustentável.
Desde 2015, a capacidade instalada de produção renovável em Portugal aumentou 9.272 MW, um crescimento de 75,5%. Entre dezembro de 2024 e setembro de 2025, houve um aumento de 777 MW, com a energia solar fotovoltaica a destacar-se com mais 356 MW na componente centralizada e 418 MW na descentralizada. No final de setembro, as energias renováveis representavam 78,7% da capacidade total instalada.
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Fonte: Sapo





