Duas funcionárias de uma unidade de saúde familiar no norte de Portugal foram detidas pela Polícia Judiciária (PJ) por suspeitas de envolvimento numa rede de imigração ilegal. Segundo informações da investigação, estas mulheres inscreveram cerca de 10.000 imigrantes no Serviço Nacional de Saúde (SNS) ao longo de um ano e meio.
De acordo com uma fonte da Diretoria do Centro da PJ, as funcionárias recebiam dados de indivíduos que deveriam ser inscritos, mas não preenchiam os critérios exigidos, como o comprovativo de morada. Este processo foi realizado em massa, o que levanta sérias questões sobre a legalidade das inscrições. “Estamos a falar de um universo enorme, conseguimos perceber que terão inscrito, num ano e meio, cerca de 10.000 pessoas”, afirmou a mesma fonte à agência Lusa.
A operação, designada “Gambérria”, visou desmantelar um grupo criminoso organizado que se suspeita ter praticado crimes de auxílio à imigração ilegal. Durante as investigações, foi revelado que quase 500 pessoas partilhavam a mesma morada numa rua de Lisboa, o que levanta ainda mais suspeitas sobre a autenticidade das inscrições no SNS.
Este caso evidencia a fragilidade do sistema de saúde em relação à imigração ilegal e à necessidade de uma revisão dos processos de inscrição no SNS. As autoridades estão a investigar a extensão da rede e a identificar outras possíveis irregularidades que possam ter ocorrido.
A imigração ilegal é um tema que continua a gerar debates acesos em Portugal, especialmente no que diz respeito aos direitos de acesso aos serviços de saúde. As detenções e a operação da PJ podem levar a uma maior fiscalização e a uma revisão das políticas atuais.
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Fonte: Sapo





