Futuro do Cluster AED: Desafios e Perspectivas até 2030

O Cluster da Aeronáutica, Espaço e Defesa (AED) em Portugal atravessa um período de transformação significativa. Nos últimos dez anos, o país consolidou um ecossistema robusto que inclui empresas, centros de engenharia, universidades e entidades públicas, resultando em milhares de postos de trabalho qualificados e uma capacidade tecnológica reconhecida a nível europeu. Portugal deixou de ser um mero fornecedor periférico e passou a ter um papel ativo em programas internacionais, destacando-se em áreas como a produção de drones, sistemas críticos e desenvolvimento de software.

No setor aeronáutico, a evolução é notável. Portugal é agora um país de referência na produção de drones, com empresas que exportam sistemas não tripulados para diversos fins, incluindo aplicações civis e de defesa. Além disso, no que diz respeito às aeroestruturas, o país consolidou-se como um fornecedor de confiança a nível global, combinando engenharia avançada com processos de produção altamente qualificados. Um exemplo emblemático é a construção do LUS-222, a primeira aeronave totalmente desenvolvida e produzida em território nacional, que simboliza a ambição de escalar a indústria aeronáutica.

Outro pilar importante para o crescimento futuro do setor é o MRO (Maintenance, Repair and Overhaul). Com a aviação comercial a expandir-se rapidamente, a necessidade global de manutenção especializada está a aumentar. Portugal, com a sua localização geográfica privilegiada e mão de obra qualificada, está bem posicionado para atrair operadores internacionais.

No domínio espacial, o ecossistema nacional cobre uma vasta parte da cadeia de valor, participando ativamente em programas internacionais. O país tem vindo a desenvolver competências em engenharia, propulsão e comunicações, demonstrando uma sólida capacidade de inovação. Contudo, os desafios persistem. O setor enfrenta a pressão de descarbonização e a necessidade de inovação, ao mesmo tempo que precisa de reforçar a massa crítica e captar investimento.

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Para enfrentar estes desafios, o Cluster AED delineou um plano estratégico focado na competitividade e sustentabilidade. Este plano inclui prioridades como a mobilidade aérea avançada, a aviação sustentável e a transição para a manutenção preditiva. As metas de investimento em I&D visam duplicar o volume de negócios do setor até 2035.

A defesa é outro aspecto crucial. Num contexto geopolítico instável, a autonomia estratégica tornou-se uma necessidade. Investir na defesa implica mobilizar um ecossistema de engenharia e tecnologia, com um impacto direto na competitividade industrial. Cada euro investido tem o potencial de criar empregos qualificados e posicionar Portugal nas cadeias de valor em reconfiguração na Europa.

Os próximos cinco anos serão decisivos para o Cluster AED. Três tendências principais se destacam: a consolidação industrial, a aceleração da transição sustentável e a atração de talento. Se Portugal aproveitar este momento, o Cluster AED poderá tornar-se um dos setores mais estratégicos da economia nacional, capaz de competir a nível global. A escolha está nas mãos dos intervenientes: crescer para competir ou permanecer em nichos limitados. A articulação entre todos os atores é fundamental para o sucesso do país.

Leia também: O impacto da inovação no setor da defesa em Portugal.

Cluster AED Cluster AED Nota: análise relacionada com Cluster AED.

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Fonte: ECO

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