Galp perde 9 milhões do PRR com adiamento de hidrogénio

A Galp viu-se forçada a reprogramar a sua agenda Moving2Neutrality, resultando numa perda de 9,16 milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Este ajuste ocorre após a decisão de suspender a construção de estações de abastecimento de hidrogénio, uma medida justificada pela falta de procura prevista para este tipo de infraestruturas em Portugal.

Das 52 agendas mobilizadoras do PRR, 37 solicitaram reprogramações, mas apenas a Galp reviu em baixa o número de produtos e serviços que se propunha entregar. Inicialmente, a empresa planeava desenvolver 13 projetos de investigação e desenvolvimento (I&D) relacionados com tecnologias de baixo carbono, mas agora compromete-se a concluir apenas dois. O apoio total do PRR para a agenda Moving2Neutrality será, assim, de 63,76 milhões de euros.

A decisão de suspender as estações de abastecimento de hidrogénio reflete a atual realidade do mercado automóvel em Portugal, onde ainda não existem modelos de veículos movidos a hidrogénio disponíveis para venda. Segundo uma fonte oficial da Galp, este investimento seria, portanto, prematuro. Apesar desta redução, a empresa assegura que os restantes projetos continuam a avançar conforme o planeado, com apenas ajustes pontuais.

Entre os investimentos que prosseguem está um projeto industrial de 100 MW de hidrogénio verde em Sines, que representa um investimento de cerca de 250 milhões de euros. A Galp espera que a unidade comece a operar em meados do próximo ano, com uma capacidade anual de produção de até 15 mil toneladas de hidrogénio verde, utilizando eletricidade renovável e água reciclada.

Este hidrogénio verde será incorporado nos combustíveis tradicionais, sem as limitações que afetam os biocombustíveis atuais, que têm um limite de incorporação de 10%. O hidrogénio, por ter uma composição semelhante ao gasóleo, poderá ser utilizado sem restrições, embora seu custo ainda seja elevado.

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A agenda Moving2Neutrality previa uma redução de 952 mil toneladas de gases com efeito de estufa e a criação de 500 a 600 postos de trabalho. Embora a suspensão das estações de abastecimento de hidrogénio possa afetar esses objetivos, a incorporação do hidrogénio nos combustíveis ajudará a reduzir as emissões, especialmente para os condutores que não utilizam veículos elétricos.

Além disso, a Galp está a desenvolver uma unidade de produção de biocombustíveis avançados e combustível sustentável para aviação, que deverá alternar entre a produção de HVO e SAF, dependendo da viabilidade económica. A produção de SAF, neste momento, apresenta-se como a mais competitiva, impulsionada pela obrigatoriedade da União Europeia de incorporar 2% de SAF nos combustíveis para aviação.

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Fonte: ECO

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