A construção metálica em Portugal está a passar por uma transformação significativa, com um crescimento que se destaca pela sua competitividade e foco na sustentabilidade. Este tema foi amplamente debatido no XV Congresso de Construção Metálica Mista, que decorreu no Pavilhão Rosa Mota, no Porto, em conjunto com o I Congresso de Engenharia de Fachadas. O evento, organizado pela Associação Portuguesa de Construção Metálica e Mista (CMM), contou com a presença de cerca de 968 participantes, que tiveram a oportunidade de discutir as novas tendências e desafios do setor.
Atualmente, a construção metálica representa um valor de 6,9 mil milhões de euros em Portugal, sendo responsável por 3,3% das exportações e por 41 mil empregos diretos. A sua taxa de crescimento é o dobro da construção convencional, o que evidencia a sua relevância no panorama económico nacional. Durante o congresso, foram abordados temas como a inteligência artificial e a industrialização, que estão a moldar o futuro da construção metálica.
Luís Simões da Silva, representante da CMM, destacou a importância da interação entre o meio académico e o setor profissional. Segundo ele, a colaboração entre estas duas esferas é essencial para resolver os desafios que o setor enfrenta. O evento foi uma oportunidade para as empresas partilharem experiências e sugestões, permitindo um espaço de networking valioso.
Um dos pontos centrais discutidos foi a inovação na construção metálica. Simões da Silva refutou a ideia de que este setor é pouco inovador, apresentando exemplos concretos de como as empresas têm implementado novas tecnologias e processos. A construção metálica tem-se afirmado como um motor de inovação, com projetos que incluem o uso de análise numérica avançada e inteligência artificial para o dimensionamento de estruturas.
A necessidade de adaptação às novas realidades do mercado, como a escassez de mão de obra, foi também um tema relevante. A robotização e a produção em série estão a tornar-se imperativas para garantir a competitividade da construção metálica. Esta transformação não é apenas uma opção, mas uma necessidade para o futuro do setor.
Além disso, o primeiro Congresso de Engenharia de Fachadas trouxe à tona a complexidade e a importância das fachadas nos edifícios. Simões da Silva sublinhou que as fachadas não são apenas revestimentos, mas sim a identidade e a personalidade das construções. A multidisciplinaridade necessária para abordar este tema torna-o ainda mais desafiador, mas essencial para a eficiência e qualidade na construção.
Em suma, a construção metálica em Portugal está a evoluir rapidamente, destacando-se pela sua competitividade e inovação. O congresso serviu como um importante ponto de encontro para profissionais do setor, permitindo a troca de ideias e o fortalecimento de parcerias. A construção metálica não só está a transformar o setor da construção, mas também a preparar-se para um futuro mais sustentável e tecnológico.
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Fonte: Sapo
