A reputação das empresas é um ativo fundamental que pode servir como um verdadeiro seguro de vida em momentos de crise. Salvador da Cunha, CEO da Lift, uma agência que celebra 30 anos de atividade, destaca que o benefício da dúvida proporcionado por uma boa reputação é essencial para que as empresas não sejam severamente criticadas em situações complicadas.
Em entrevista, Salvador da Cunha explica que existem diferentes níveis de crises: pequenas, médias e grandes. As pequenas crises tendem a ser passageiras, mas uma empresa com uma reputação sólida pode rapidamente dissipar as dúvidas com uma explicação clara. “O benefício da dúvida, de facto, é um seguro de vida que a boa reputação dá às empresas para que não sejam crucificadas na praça pública”, afirma.
Apesar de muitos gestores reconhecerem a importância da reputação, Salvador da Cunha critica a falta de estratégias eficazes para a gerir. “Os empresários em Portugal tendem a ser discretos, muitas vezes impedidos pela cultura da inveja que os faz hesitar em comunicar os seus sucessos”, observa. O lançamento do seu livro “Empresas Magnéticas, o poder da reputação, da influência e da comunicação” visa precisamente abordar esta questão.
Uma empresa magnética é aquela que se torna atraente para todos os seus stakeholders, incluindo colaboradores, clientes e financiadores. Essas empresas não apenas atraem os melhores talentos, mas também conseguem condições mais favoráveis de financiamento. A reputação das empresas, portanto, não é apenas uma questão de imagem, mas um fator decisivo para o seu sucesso e sustentabilidade.
Salvador da Cunha sublinha que a reputação é um reflexo da maturidade organizacional e que, para ser bem gerida, é necessário que os gestores compreendam como são percecionados. “A reputação não é apenas comunicação; é um conjunto de perceções que todos os stakeholders têm sobre uma organização”, explica. Para isso, é vital que as empresas realizem inquéritos e medições que ajudem a entender a sua posição no mercado.
Além disso, a reputação das empresas pode ser afetada por comportamentos inadequados. “Se não houver o chamado wrong doing, a reputação tende a fortalecer-se com o tempo”, afirma. No entanto, a comunicação errada ou a tentativa de projetar uma imagem que não corresponde à realidade pode resultar em crises significativas.
Salvador da Cunha conclui que, para as empresas que desejam ser reconhecidas como inovadoras ou como excelentes locais de trabalho, é crucial que invistam na construção de uma reputação sólida e autêntica. “A comunicação deve ser um meio para alinhar a percepção externa com a realidade interna”, finaliza.
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Fonte: ECO
