As casas pré-fabricadas têm vindo a ganhar destaque em Portugal, mas ainda enfrentam um preconceito enraizado que as associa a construções de baixa qualidade e estética questionável. Nuno Neves, responsável pelo design na empresa Bysteel, defende que é essencial superar essa visão negativa. “É preciso vencer o preconceito de que tudo o que envolve a pré-fabricação de casas é feio”, afirma Neves, sublinhando a necessidade de desmistificar a ideia de que estas habitações são apenas para pessoas com menos recursos financeiros.
Diego Souza, arquiteto e docente na Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto, também partilha esta visão. Para ele, é fundamental repensar as soluções habitacionais, uma vez que a pré-fabricação tem sido proposta como uma alternativa há mais de um século. “Não sou contra a pré-fabricação ou a industrialização, mas é importante reconhecer que a indústria e a arquitetura evoluíram e estão cada vez mais interligadas”, destaca Souza.
David Gomes Andrade, investigador da Universidade de Coimbra, acredita que Portugal tem uma oportunidade única para impulsionar a construção industrializada e resolver os problemas habitacionais que o país enfrenta. “Não precisamos de reinventar a roda, mas sim de fazê-la girar mais depressa. A construção industrializada ainda não se consolidou em Portugal, principalmente devido à falta de desenvolvimento neste setor”, refere Andrade.
Nuno Capa, arquiteto do gabinete Arquitetura e Design, acrescenta que ainda há um longo caminho a percorrer para que a construção modular ganhe força no mercado. A evolução das casas pré-fabricadas pode ser uma resposta eficaz à crise habitacional, proporcionando soluções rápidas e acessíveis.
As casas pré-fabricadas podem, assim, representar uma alternativa viável e estética para a habitação em Portugal. Com a colaboração entre arquitetos e a indústria, é possível criar projetos que não só atendam às necessidades habitacionais, mas que também sejam visualmente apelativos.
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Fonte: Sapo





