A poupança tradicional: um erro financeiro comum em Portugal

Em Portugal, a cultura financeira ainda se baseia na ideia de que guardar dinheiro é sinónimo de segurança. No entanto, essa visão é enganadora e pode levar à perda de riqueza. A poupança tradicional, que muitos consideram uma forma segura de proteger o seu capital, tem-se revelado um erro financeiro significativo. A matemática é clara: aqueles que mantiveram as suas poupanças em instrumentos tradicionais nas últimas duas décadas não só não enriqueceram, como viram o seu poder de compra diminuir.

Os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) e da Pordata mostram que, entre 1999 e 2024, a inflação acumulada tem sido devastadora. Durante este período, a inflação média anual rondou os 2,5 por cento, o que, ao longo de 25 anos, resulta numa perda de valor real significativa. Por exemplo, 10.000 euros guardados desde 1999 valem hoje uma fração do seu valor inicial. A inflação, neste contexto, atua como um imposto sobre a inércia financeira, e os portugueses pagam esse preço sem perceberem.

Os Certificados de Aforro, que durante anos foram considerados um porto seguro para os aforradores, já não oferecem o mesmo retorno. A nova Série F, por exemplo, apresenta taxas brutas de 2,5 por cento, que, após impostos, se traduzem em rendimentos líquidos inferiores a 2 por cento. Com uma inflação que se aproxima ou supera esses valores, os aforradores estão, na prática, a perder dinheiro. Os Depósitos a Prazo, por sua vez, têm uma taxa média de cerca de 1,34 por cento, o que significa que o capital estagnado não gera riqueza, mas sim uma lenta erosão do valor.

Outro mito comum é o dos Planos Poupança Reforma (PPR). Muitos acreditam que estão a preparar a sua reforma, mas a realidade é que os PPR tradicionais oferecem rendimentos muito baixos, entre 1 e 2 por cento ao ano, e comissões que consomem grande parte dos ganhos. Assim, o benefício fiscal torna-se irrelevante quando comparado com as perdas potenciais de investimentos mais rentáveis.

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Diante deste cenário, a pergunta que se impõe é: o que fazer? A resposta passa por uma mudança de mentalidade e pela busca de alternativas que realmente protejam o poder de compra e criem riqueza. Investir em ações e no imobiliário são opções viáveis. O mercado acionista tem historicamente proporcionado retornos anualizados entre 7 e 10 por cento, tornando-se uma forma eficaz de combater a inflação. Graças aos ETFs de baixo custo, os investidores podem aceder a estes mercados de forma simples e transparente.

No que diz respeito ao imobiliário, as rendas ajustadas pela inflação garantem um fluxo de rendimento que acompanha o custo de vida. Além disso, os fundos imobiliários e os REIT oferecem uma forma de investir em ativos diversificados, com menor risco e sem a necessidade de gestão direta. Estas opções permitem que os investidores se exponham a diferentes setores, como logística e habitação, sem o peso do endividamento.

A passividade financeira é um erro que pode custar caro. O antigo conceito de que poupar é seguro e investir é arriscado já não se aplica. O verdadeiro risco é permanecer inativo. Se continuar a confiar em depósitos de baixo rendimento e produtos financeiros que não geram valor, estará a contribuir para a sua própria perda de riqueza.

A realidade é dura, mas libertadora: quem não investe, empobrece. A escolha é clara: permanecer como espectador da erosão do seu património ou assumir um papel ativo na gestão das suas finanças. O futuro recompensa aqueles que investem, não aqueles que apenas guardam.

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Fonte: ECO

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