A edtech portuguesa Luca anunciou a conclusão de uma ronda de investimento de 8 milhões de dólares, cerca de 6,8 milhões de euros, com o objetivo de fortalecer a sua presença no México e iniciar a expansão para outros mercados da América Latina de língua espanhola, como a Colômbia e o Peru. Frederico Bello, fundador e CEO da Luca, revelou que a meta da empresa é “construir o líder mundial de educação nos próximos 10 a 15 anos”.
A estratégia da Luca passa por consolidar a sua operação no México antes de se aventurar em novos mercados na região. “Queremos estabelecer uma forte presença no México e, em seguida, abrir mercados nas proximidades, como a Colômbia e o Peru, que estão claramente no nosso roadmap. Depois de nos tornarmos líderes no México e na América Latina, iremos considerar a entrada em mercados internacionais, como os Estados Unidos, Brasil e Espanha, que pode ser uma porta de entrada interessante para a Europa”, explicou Frederico Bello.
Com esta nova ronda de financiamento, liderada pelo fundo 6DC e com a participação de investidores como Explorer, Heartcore e Shilling VC, a Luca já arrecadou um total de 13 milhões de dólares (aproximadamente 11,2 milhões de euros). A procura por este investimento foi elevada, com a empresa a receber mais propostas do que o espaço disponível. “Tivemos que recusar vários fundos e conseguimos uma avaliação muito interessante, entre 4 a 5 vezes mais”, acrescentou o CEO.
Frederico Bello atribui a elevada procura ao crescimento consistente da empresa. “Nos últimos anos, tivemos uma trajetória de crescimento muito forte. O nosso modelo de negócio é demonstrado e pode ser aplicado a um mercado gigante. No México, existem mais de 30 milhões de estudantes entre os 6 e os 17 anos. Em comparação, em Portugal, esse número é inferior a um milhão. Se olharmos para a América Latina de língua espanhola, excluindo o Brasil, são mais de 100 milhões de estudantes, tornando-se o terceiro maior mercado, atrás apenas da Índia e da China”, detalhou.
A Luca começou com um modelo de negócio B2C, semelhante ao Netflix, mas rapidamente percebeu que o maior potencial estava nas escolas. “Fizemos uma transição para um modelo B2B, vendendo diretamente às instituições de ensino. Adaptámos o nosso produto para incluir uma plataforma que ajuda os professores a gerir aulas virtualmente”, explicou o CEO.
Nos últimos anos, a Luca tem registado um crescimento exponencial no número de colégios que utilizam a sua plataforma, com uma taxa de uso muito elevada entre os professores. Entre setembro de 2024 e agosto de 2025, a edtech adicionou 105 escolas, abrangendo cerca de 20.000 estudantes. A maioria dos professores que têm acesso à plataforma utiliza-a regularmente, com interações semanais que superam as 50.
Além disso, um estudo recente realizado pela principal universidade privada do México, o Tecnológico de Monterrey, revelou que as escolas que implementam a Luca conseguem aumentar as notas dos alunos em até 20% em apenas seis meses, em comparação com metodologias tradicionais.
Frederico Bello acredita que a inteligência artificial pode impulsionar ainda mais o crescimento da Luca. “Desde o início, a nossa visão foi que cada aluno deve ter uma experiência personalizada. Acreditamos que a educação pode beneficiar enormemente da IA, permitindo que cada aluno tenha um tutor virtual, como se tivesse um explicador próprio”, concluiu.
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Fonte: ECO





