O Natal é uma época de celebração, marcada por tradições, convívios e a troca de presentes. Contudo, para muitas famílias portuguesas, esta festividade pode representar um desafio financeiro. Entre os gastos com prendas, jantares e eventos, é fácil perder o controlo e acabar o ano com dívidas que poderiam ser evitadas.
Gerir o orçamento de Natal pode ser complicado, mas com um planeamento adequado é possível desfrutar desta época com serenidade, celebrando com os entes queridos e protegendo o seu futuro financeiro.
O Natal e o incentivo ao consumo
Durante o Natal, as lojas e marcas intensificam os apelos ao consumo, o que pode gerar uma pressão adicional para corresponder às expectativas de familiares e amigos. A facilidade de pagamento, como os planos de prestações, pode levar a gastos impulsivos, sem considerar o impacto a longo prazo no orçamento familiar.
Além disso, o uso de cartões de crédito e créditos pessoais pode criar uma armadilha financeira, onde os gastos se acumulam rapidamente, comprometendo o orçamento nos meses seguintes. O subsídio de Natal, que poderia ser uma ajuda, pode desaparecer rapidamente se não for bem gerido.
Os riscos do crédito nas compras de Natal
Recorrer ao crédito para adquirir presentes pode parecer uma solução prática, mas apresenta riscos que se estendem para além do Natal. Utilizar um cartão de crédito para comprar presentes pode resultar em custos elevados devido aos juros, especialmente se não conseguir liquidar a dívida rapidamente. Por exemplo, as taxas de juro dos cartões podem atingir até 18,8%, enquanto os créditos pessoais podem ter uma TAEG de 15,6%.
Estes encargos têm um impacto significativo no orçamento familiar, que entra no novo ano com novas prestações a pagar. Por isso, é crucial reconhecer os riscos associados e adotar uma abordagem de consumo consciente.
Como planear o orçamento de Natal
A gestão orçamental é a chave para um Natal sem sobressaltos. O primeiro passo é estabelecer um limite de gastos realista, considerando o rendimento disponível e as despesas fixas. Faça uma lista detalhada dos gastos previstos, incluindo prendas, alimentação e deslocações. Divida o orçamento por categorias e mantenha-se fiel a cada valor definido.
Ferramentas simples, como folhas de cálculo ou aplicações de gestão de despesas, podem ser úteis para acompanhar os gastos em tempo real. Se possível, utilize uma parte do subsídio de Natal para poupança ou para pagamentos prioritários, como contas ou prestações. O objetivo é celebrar sem comprometer o equilíbrio financeiro nos meses seguintes.
Alternativas para um Natal mais económico
Se costuma gastar muito com presentes, considere algumas alternativas para tornar o Natal mais económico. Defina um limite de valor para cada pessoa e lembre-se de que o valor do presente não é o mais importante, mas sim o significado por trás dele. Presentes feitos à mão podem ter um valor emocional muito maior do que ofertas genéricas.
Outra opção é adotar a dinâmica do amigo secreto, onde cada pessoa oferece um presente a apenas um familiar sorteado. Esta abordagem pode ser uma excelente forma de poupar sem abdicar da troca de presentes.
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Fonte: Doutor Finanças
