O rendimento dos títulos da dívida do Japão a 10 anos subiu para 1,91%, o nível mais elevado desde julho de 2007. Esta subida é impulsionada pelas expectativas de que o Banco do Japão (BoJ) possa aumentar as taxas de juros. O governador do BoJ, Kazuo Ueda, provocou especulações ao afirmar, num discurso dirigido a líderes empresariais, que as condições económicas estão favoráveis para a normalização da política monetária.
Ueda não antecipou o resultado da próxima reunião sobre política monetária, agendada para meados deste mês. No entanto, sublinhou a importância de “ajustar adequadamente o nível de flexibilização monetária, nem muito tarde nem muito cedo”, para garantir a estabilidade de preços e a saúde dos mercados financeiros. As suas declarações resultaram em quedas significativas na Bolsa de Tóquio, enquanto os títulos da dívida do Japão, que já estavam a atingir máximos desde a crise financeira de 2008, dispararam.
Esta situação ocorre numa altura em que o novo governo da primeira-ministra Sanae Takaichi anunciou um orçamento suplementar para 2025, avaliado em 18,3 biliões de ienes (mais de 100 mil milhões de euros). Este orçamento será maioritariamente financiado através da emissão de títulos do Estado e destina-se a um ambicioso pacote de estímulos económicos.
O BoJ é o principal investidor em títulos da dívida do Japão, um país que se destaca por ter uma das maiores dívidas entre as economias avançadas. O rendimento dos títulos da dívida do Japão serve como um barómetro importante para as taxas de longo prazo. Nos últimos seis encontros sobre política monetária, o banco central manteve as taxas de juro de referência em 0,5%, após um aumento de 25 pontos base em janeiro.
A última reunião do BoJ gerou grande expectativa, especialmente após a mudança de governo em outubro. Contudo, o banco central adotou uma postura cautelosa, aguardando para avaliar a posição financeira da nova primeira-ministra, que tem sido crítica em relação ao aumento das taxas de juros. Além disso, a situação das negociações tarifárias com os Estados Unidos, o segundo maior parceiro comercial do Japão, também está a ser monitorizada de perto.
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títulos da dívida do Japão Nota: análise relacionada com títulos da dívida do Japão.
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Fonte: Sapo





