Carlos Moreira da Silva: Reflexões sobre a Sonae e a Gestão

Carlos Moreira da Silva, acionista da BA Glass e ex-braço direito de Belmiro de Azevedo, foi o primeiro convidado da segunda temporada do podcast “E Se Corre Bem?”. Durante a conversa, ele refletiu sobre a sua trajetória na Sonae, onde passou uma década, e os erros que cometeu ao longo do caminho.

Desde jovem, Carlos Moreira da Silva admite que não era um bom aluno. O seu foco estava mais em desportos como o snooker e o futebol do que nos estudos. No entanto, a mudança ocorreu quando foi colocado num colégio interno aos 12 anos. “Passei a ser bom aluno. Não era difícil, mas consegui ser o melhor aluno e, com isso, ganhei o gosto pelo conhecimento”, recorda.

Para ele, o amor pelo conhecimento é essencial, e ao longo dos anos, aprendeu a ser mais flexível nas suas convicções. “Quando era mais novo, tinha convicções muito fortes. Hoje, não tenho quase verdade nenhuma”, afirma. Esta evolução pessoal reflete-se na sua visão sobre a diversidade nas equipas, especialmente a diversidade etária. “A diversidade mais importante é a da idade. Há espaço para todos, mas é preciso que os mais velhos se adaptem às novas tendências”, sublinha.

Carlos Moreira da Silva também partilha as suas experiências com figuras que o influenciaram, como o engenheiro Valente Oliveira, a quem considera um “trabalhador incansável”. A sua relação com Belmiro de Azevedo começou através de um projeto académico que levou à criação do primeiro MBA em Portugal. Esta ligação foi fundamental para a sua carreira, pois Belmiro aconselhou-o a integrar o conselho da EDP para aprender sobre a gestão pública.

A experiência na EDP moldou a sua visão sobre a diferença entre empresas públicas e privadas. “Acreditava que a diferença estava em ser bem ou mal gerida. Com a EDP percebi que isso não é verdade. O Estado não sabe ser acionista”, explica. Esta reflexão sobre a gestão pública e privada é uma das várias lições que Carlos Moreira da Silva traz da sua experiência.

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Sobre a Sonae, ele considera-a uma “escola brutal”, mas alerta que a liderança tem um prazo de validade. “Se hoje existisse Belmiro de Azevedo, seria uma má escola. O envelhecimento não ajuda”, afirma, defendendo que é necessário sair antes que a decadência se instale.

Após a sua saída da Sonae, Carlos lançou a sua própria empresa, mas recusa a ideia de ser um herdeiro direto de Belmiro de Azevedo. “Ele tem méritos que eu nunca terei. Herdeiro no sentido de muitos dos valores, sim. Mas não de todos”, esclarece.

Ele valoriza a liberdade de pensamento nas equipas e acredita que muitas empresas portuguesas precisam de um “choque de gestão”. Para Carlos Moreira da Silva, a BA Glass destaca-se pela energia coletiva e pela identificação com os valores da empresa. Quando questionado sobre o que lhe falta fazer na vida, responde de forma simples: “Gozá-la. Gosto muito de gozar a vida.”

Este podcast está disponível no Spotify e na Apple Podcasts, uma iniciativa do ECO, onde Diogo Agostinho procura inspirar pessoas a arriscar e a acreditar nas suas capacidades. Leia também: “A importância da diversidade nas empresas”.

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Fonte: ECO

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