Falhas no Elevador da Glória levantam preocupações sobre segurança

O descarrilamento do Elevador da Glória em Lisboa trouxe à tona questões alarmantes sobre a segurança e a gestão pública em Portugal. O presidente da Carris, Pedro de Brito Bogas, afirmou que todas as manutenções estavam em dia, mas a realidade do acidente levanta sérias interrogações. Como é possível que um cabo de segurança tenha partido sem que houvesse um sistema de redundância para evitar o descarrilamento de uma cabine que transporta anualmente cerca de três milhões de passageiros, muitos deles turistas?

A falta de informações claras sobre as causas do acidente é preocupante. O presidente da Carris, responsável pela operação do Elevador da Glória, parece não ter uma compreensão adequada das expectativas que recaem sobre um gestor público. As suas declarações não são suficientes para acalmar os ânimos e a falta de explicações concretas só aumenta a inquietação.

Recentemente, a Carris cancelou um concurso para a manutenção do Elevador da Glória, uma decisão que levanta mais questões. Todas as propostas apresentadas estavam acima do preço-base, mas a manutenção continua a ser uma prioridade. No entanto, não há informações disponíveis sobre qualquer contrato em vigor, o que é obrigatório. Se as manutenções estavam a ser realizadas de forma rigorosa, por que razão foi necessário suspender a atividade de outros elevadores em Lisboa para avaliar a segurança?

O impacto desta tragédia é profundo. Para as vítimas, muitas das quais eram turistas que escolheram Portugal como destino de férias, a confiança na segurança dos serviços públicos foi abalada. Além disso, a imagem do país, que depende fortemente do turismo, sofre um golpe significativo. Este incidente revela uma vez mais as fragilidades do Estado e a necessidade urgente de uma gestão mais responsável.

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É importante salientar que a externalização da manutenção para o setor privado não é a solução para os problemas de segurança. A responsabilidade recai sobre aqueles que contratam e definem os termos, ou seja, sobre o Estado. A falta de consequências para os gestores públicos que falham é um problema recorrente. O caso de Entre-os-Rios e a demissão de Jorge Coelho, que assumiu as suas responsabilidades, é uma exceção que ilustra a necessidade de responsabilização.

Quando os serviços essenciais operam com preços administrados e subsídios, a exigência de um serviço de qualidade e seguro torna-se imperativa. Sem esses indicadores, o contribuinte e os turistas ficam expostos a riscos desnecessários. O contribuinte não deve ser obrigado a pagar duas vezes: uma em subsídios à ineficiência e outra em riscos à sua segurança.

A alternativa passa pela responsabilização dos decisores e pela compreensão clara do seu papel. O que aconteceu no Elevador da Glória é um alerta para a necessidade de uma gestão pública mais eficaz e atenta às necessidades da população.

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Fonte: ECO

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