A SAP anunciou um investimento superior a 20 mil milhões de euros ao longo da próxima década, com o intuito de fortalecer a sua oferta de produtos relacionados com a soberania digital na Europa. Este movimento visa proporcionar aos clientes europeus um controle total sobre os seus dados e infraestruturas, através de soluções que garantem a soberania de dados a nível operacional, técnico e legal. Além disso, a empresa pretende tirar partido da evolução da inteligência artificial.
Thomas Saueressig, administrador da SAP e chief information officer, sublinhou que “a soberania já não é opcional, é imperativa”. O foco da SAP é conquistar clientes nos setores público e em áreas altamente regulamentadas, como a defesa, onde a União Europeia planeia investir cerca de 800 mil milhões de euros nos próximos quatro anos.
Com esta estratégia, a SAP posiciona-se para competir diretamente com grandes empresas norte-americanas que também têm vindo a lançar soluções de cloud soberana. A vantagem de ser uma empresa europeia permite à SAP adaptar-se mais facilmente aos regulamentos mais rigorosos em vigor na Europa.
Saueressig referiu ainda que o atual contexto geopolítico, marcado por tensões entre diferentes blocos comerciais, exige a criação de plataformas que possam aproveitar as inovações em inteligência artificial como motores de investimento. Ele defendeu que soberania e inovação devem evoluir em conjunto, não sendo conceitos mutuamente exclusivos.
Nos Estados Unidos, a SAP já disponibiliza desde 2021 este tipo de oferta através da SAP National Security Services, direcionada a clientes com requisitos de segurança nacional. Países como Reino Unido, Austrália, Canadá e Nova Zelândia já contam com o SAP Sovereign Cloud, que é oferecido através de centros de dados parceiros, além do modelo Sovereign Cloud On-Site, que começou a ser implementado em 2023.
Na Europa, o SAP Sovereign Cloud foi lançado em fevereiro deste ano e foi agora ampliado com o SAP Cloud Infrastructure e o SAP Sovereign Cloud On-Site, disponíveis em centros de dados selecionados ou nas instalações dos próprios clientes. Contudo, Portugal ainda não está incluído neste reforço. Uma fonte oficial da empresa esclareceu ao Jornal Económico que a implementação dependerá das necessidades específicas de soberania digital dos clientes em Portugal. No entanto, como membro da União Europeia, o país já pode aceder a estes serviços através dos centros de dados da SAP localizados na UE, garantindo a conformidade e segurança exigidas pela legislação europeia.
O mercado reagiu inicialmente em baixa, mas recuperou rapidamente, refletindo a volatilidade atual do setor tecnológico.
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Fonte: Sapo