Hoje, mais de um milhão de alunos em Portugal iniciam o novo ano letivo, mas o regresso às aulas é marcado pela falta de professores colocados. Embora as aulas comecem até segunda-feira, muitas escolas abrem já os portões para receber os estudantes, que, este ano, enfrentam a realidade de não ter um professor atribuído a pelo menos uma disciplina.
De acordo com o ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre, 98% das escolas terão aulas em todas as disciplinas, mas ainda existem cerca de mil horários completos por preencher. A situação é preocupante, uma vez que muitos alunos não têm todos os professores colocados para acompanhá-los durante o ano letivo.
O governante revelou que há mais de 20 mil professores profissionalizados que ainda não foram colocados, com a maioria a residir no norte do país. As necessidades são mais acentuadas nas regiões de Lisboa, Alentejo e Algarve, onde os custos de habitação e deslocação dificultam a fixação de docentes. Para mitigar esta situação, o Governo lançou um concurso extraordinário com quase 1.800 vagas, mas os resultados só serão conhecidos após o início das aulas.
Além da falta de professores colocados, as escolas também enfrentam desafios na contratação de mediadores linguísticos e culturais, essenciais para a integração de alunos imigrantes. No ano letivo passado, mais de duzentos mediadores foram contratados apenas no segundo período, e este ano as escolas precisam de reforçar as suas equipas. Contudo, o recrutamento ainda está em andamento, e muitas instituições terão de realizar novas contratações, uma vez que não foi possível renovar os contratos que terminaram em agosto.
A situação é ainda mais crítica, dado que o número de alunos estrangeiros nas escolas duplicou nos últimos dois anos, totalizando agora mais de 140 mil. Estes estudantes iniciarão o ano letivo sem o apoio de mediadores culturais e linguísticos, o que poderá dificultar a sua adaptação.
Por outro lado, os professores aguardam com expectativa a revisão do Estatuto da Carreira Docente. O processo negocial ainda não começou devido à instabilidade política, mas o ministro da Educação prometeu retomar as negociações com os sindicatos em setembro.
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Fonte: Sapo
