Casas pré-fabricadas e modulares: solução acessível ou mito?

A escalada dos preços das casas em Portugal tem sido uma preocupação crescente para muitas famílias. Com os valores a aumentar continuamente, a aquisição de uma habitação tradicional está a tornar-se um desafio. Neste contexto, as casas pré-fabricadas e modulares emergem como uma alternativa viável, prometendo rapidez na construção, eficiência energética e, à partida, custos mais acessíveis.

Mas será que estas casas realmente oferecem uma solução económica? Quais são os requisitos legais a cumprir? E que riscos devem ser considerados antes de avançar com a compra? Este artigo analisa os custos reais, as diferenças entre casas pré-fabricadas e modulares, a documentação necessária, bem como as vantagens e desvantagens de cada opção.

As casas pré-fabricadas e modulares têm vindo a ganhar destaque no mercado português, deixando de ser vistas como soluções temporárias para se afirmarem como escolhas modernas e sustentáveis. Contudo, é importante notar que, embora muitas vezes usadas como sinónimos, estas duas categorias de habitação são distintas.

Uma casa pré-fabricada é construída quase na totalidade em fábrica e chega ao local em grandes blocos ou até em peça única, pronta para ser instalada. Em contraste, uma casa modular é composta por módulos independentes que são montados no local, permitindo maior flexibilidade e personalização.

Um dos mitos comuns é que estas construções rápidas dispensam a burocracia. No entanto, isso não é verdade. De acordo com o Regime Jurídico da Urbanização e Edificação (RJUE), qualquer estrutura destinada à habitação requer licenciamento, independentemente da sua natureza. Assim, quem optar por casas pré-fabricadas ou modulares deve seguir os mesmos passos que uma construção tradicional, incluindo a submissão de projetos à Câmara Municipal e a obtenção das licenças necessárias.

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Quanto ao custo, este é um dos principais atrativos. Contudo, o valor final depende de vários fatores, como o tipo de material e a localização do terreno. Em Portugal, os preços médios por metro quadrado variam entre 600 e 1.500 euros, dependendo do material utilizado. Por exemplo, uma casa de 100 m² pode custar entre 60.000 e 200.000 euros.

Além do preço do metro quadrado, existem custos adicionais que não podem ser ignorados, como o preço do terreno, licenciamento e montagem. Estes encargos podem fazer com que o custo final se aproxime do de uma construção tradicional, embora a rapidez e a previsibilidade do orçamento sejam vantagens significativas das casas pré-fabricadas.

Ao considerar a compra de uma casa pré-fabricada ou modular, é crucial avaliar a reputação do fabricante, o projeto arquitetónico, as necessidades futuras da família e a certificação energética. A localização do terreno também é um fator determinante, uma vez que nem todos os terrenos são legalmente aptos para construção.

As casas modulares destacam-se pela rapidez de construção e versatilidade, podendo ser montadas em poucas semanas. Por outro lado, as casas pré-fabricadas oferecem um custo inicial mais baixo e uma execução rápida, embora possam ser menos personalizáveis.

O acesso a financiamento continua a ser um desafio, com poucos bancos a oferecerem soluções específicas para casas pré-fabricadas. A Caixa Geral de Depósitos é atualmente a única instituição com um produto dedicado a este tipo de habitação, mas as condições podem não ser as mais vantajosas.

Em suma, as casas pré-fabricadas e modulares apresentam vantagens significativas, como a rapidez de construção e a eficiência energética, mas também trazem riscos que devem ser cuidadosamente considerados. Antes de tomar uma decisão, é essencial analisar todos os aspectos envolvidos.

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Fonte: Doutor Finanças

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