O investimento global em hidrogénio de baixas emissões disparou 80% em 2024, atingindo um total de 4,3 mil milhões de dólares. Este crescimento é impulsionado por 340 projetos em construção, que utilizam tecnologias como a eletrólise e a captura de carbono. Para 2025, a Agência Internacional de Energia (AIE) prevê um aumento semelhante, com o investimento a alcançar os 8 mil milhões de dólares.
Os principais investidores neste setor deverão ser a China e a Europa, seguidos pelos Estados Unidos. O relatório da AIE, divulgado recentemente, revela que o investimento está quase equilibrado entre projetos de eletrólise e aqueles que utilizam captura de carbono para reduzir emissões. No entanto, em 2025, espera-se que a eletrólise represente 80% do total de investimentos, apesar de contribuir para pouco mais de metade da produção, devido ao seu maior custo de capital.
Fatih Birol, diretor executivo da AIE, comentou que, embora o crescimento das novas tecnologias de hidrogénio enfrente desafios económicos e incertezas regulatórias, há sinais claros de avanço no desenvolvimento global do hidrogénio de baixas emissões. A procura global por este gás aumentou para quase 100 milhões de toneladas em 2024, um crescimento de 2% em relação ao ano anterior, impulsionado principalmente pela indústria de refinação de petróleo.
Apesar do aumento na produção de hidrogénio de baixas emissões, que cresceu 10% em 2024, a maior parte do hidrogénio produzido ainda é de origem fóssil. A AIE estima que a produção de hidrogénio com base em combustíveis de baixas emissões deverá atingir um milhão de toneladas em 2025, representando menos de 1% da produção global.
Os custos elevados, a procura incerta e a falta de infraestrutura são alguns dos obstáculos que dificultam a aceleração do hidrogénio de baixas emissões. Contudo, a tendência de crescimento é clara, com mais de 200 projetos a receberem decisões finais de investimento favoráveis desde 2020. Apesar dos cancelamentos e adiamentos recentes, vários indicadores apontam para um amadurecimento do setor.
Em termos de capacidade, a China domina o mercado de eletrolisadores, detendo 65% da capacidade global. No entanto, a capacidade de produção pode estar a exceder a procura, o que poderá levar a desafios futuros. O custo de instalação de eletrolisadores fora da China varia entre 2.000 e 2.600 dólares por quilowatt, enquanto na China os preços são significativamente mais baixos, entre 600 e 1.200 dólares por quilowatt.
A AIE alerta que a diferença de custos entre o hidrogénio de baixas emissões e o hidrogénio fóssil representa uma barreira importante para o desenvolvimento de projetos. Contudo, espera-se que esta diferença diminua ao longo da próxima década, especialmente na China, onde o hidrogénio renovável poderá tornar-se competitivo em termos de custo.
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Fonte: ECO