O IRS Jovem na retenção na fonte não é uma novidade de 2025, mas as recentes alterações ampliaram o seu impacto, permitindo que mais jovens beneficiassem deste regime. Com a eliminação do critério de escolaridade, já não é necessário comprovar a conclusão de um ciclo de estudos para usufruir da medida.
Diante deste cenário, muitos jovens optaram por aplicar o esta medida na retenção na fonte, garantindo um aumento imediato do salário líquido. No entanto, esta decisão levanta uma dúvida comum: será que isso reduz o reembolso de IRS ou pode levar ao pagamento de imposto na liquidação anual?

Existe Risco ao Aplicar o IRS Jovem na Retenção na Fonte?
Segundo o fiscalista e cofundador da consultora Ilya, Luís Leon, “a possibilidade de pagar imposto existe sempre, independentemente de se estar abrangido pelo IRS Jovem”. Em termos práticos, o IRS pago mensalmente é um adiantamento. Se as retenções forem superiores ao imposto devido, há reembolso. Caso contrário, é necessário pagar a diferença.
Se um jovem optar por reduzir a retenção na fonte com esta medida, o seu reembolso será menor, pois reteve menos imposto ao longo do ano. Contudo, no final do ciclo fiscal, o montante total pago é exatamente o mesmo.
Exemplo Prático do IRS Jovem
Para ilustrar, consideremos um jovem com um salário bruto de 1.500 euros, solteiro, sem filhos, no quinto ano do IRS Jovem (isenção de 50%).
- Sem IRS Jovem na retenção na fonte:
- Retenção mensal: 186€
- Total anual retido: 2.604€
- Reembolso após liquidação: 1.525,65€
- Rendimento total após reembolso: 17.611,64€
- Com IRS Jovem na retenção na fonte:
- Retenção mensal: 93€
- Total anual retido: 1.302€
- Reembolso após liquidação: 223,64€
- Rendimento total após reembolso: 17.611,64€
O resultado final é o mesmo, mas no segundo caso o jovem teve mais rendimento disponível mensalmente o que pode ser mais benéfico para o seu orçamento familiar.
Qual a Melhor Opção para si?
A escolha entre aplicar o IRS Jovem na retenção na fonte ou aguardar pelo reembolso do IRS depende da gestão financeira de cada pessoa. Segundo Luís Leon, “não há vantagem em usar o Estado como forma de poupança forçada”, sugerindo que os jovens utilizem esse dinheiro extra para investir ou poupar.
Por outro lado, quem prefere garantir um reembolso maior pode manter a retenção tradicional, acumulando esse valor para uma despesa futura, como férias ou projetos pessoais.
O que Acontece se Indicar o Ano do Benefício Errado?
Os jovens devem indicar à sua entidade patronal em que ano do IRS Jovem se encontram, pois a isenção diminui progressivamente. Caso se enganem, a Autoridade Tributária corrigirá na declaração anual, podendo resultar num pagamento adicional.
E Se Quiser Mudar de Opção a Meio do Ano?
A legislação não prevê alterações a meio do ano, mas também não as impede. No entanto, a empresa pode recusar ajustar a retenção no decorrer do ano fiscal.
Conclusão
No final, o IRS Jovem na retenção na fonte não altera o imposto total a pagar, apenas a forma como é distribuído ao longo do ano. Cabe a cada jovem decidir se prefere receber mais dinheiro mensalmente ou um reembolso maior no final do ano. Seja qual for a escolha, o mais importante é uma boa gestão financeira para maximizar os benefícios do IRS Jovem.