Hoje, mais de 200 órgãos de comunicação de 50 países, incluindo a agência Lusa e o jornal Público, uniram-se para protestar contra o assassinato de jornalistas em Gaza. Esta ação, organizada pela Repórteres Sem Fronteiras (RSF), pelo movimento Avaaz e pela Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), é considerada o primeiro “protesto editorial em grande escala” da história moderna, com redações a bloquear as suas primeiras páginas e a interromper transmissões.
Os jornais impressos exibirão capas pretas com mensagens de solidariedade, enquanto emissoras de TV e rádio farão declarações conjuntas. Os portais online apagarão as suas páginas iniciais ou exibirão banners de apoio. A Lusa, por exemplo, manterá em destaque uma fotografia da guerra em Gaza, acompanhada de uma citação do diretor geral da RSF, que alerta para a crescente mortalidade entre jornalistas na região.
Desde 7 de outubro de 2023, mais de 210 jornalistas foram mortos em Gaza, tornando este o conflito mais letal para repórteres nos tempos modernos. A RSF sublinha que Israel tem restringido a entrada de jornalistas estrangeiros em Gaza há quase dois anos, deixando os jornalistas palestinianos a reportar sob condições extremamente perigosas.
A diretora de informação da Lusa, Luísa Meireles, afirmou que a agência não podia permanecer indiferente e decidiu juntar-se a este protesto mundial. “Como jornalistas, não podemos assistir impávidos aos assassinatos deliberados de colegas que, enfrentando riscos enormes, informam o mundo sobre a situação em Gaza. Israel também faz guerra ao jornalismo e ao direito à informação”, sublinhou.
David Pontes, diretor do jornal Público, destacou a importância de dar visibilidade à situação dramática que os jornalistas enfrentam em Gaza. “O eclipse da humanidade naquele território precisa de ser reportado com urgência. Cada um de nós tem a obrigação de agir para que estas mortes cessem”, afirmou.
Thibaut Bruttin, diretor geral da RSF, alertou que “não é apenas uma guerra contra Gaza, é uma guerra contra o próprio jornalismo”. Ele questionou quem irá denunciar crimes de guerra e expor genocídios se os jornalistas forem silenciados. Andrew Legon, diretor de campanhas da Avaaz, acrescentou que “Gaza se está a transformar num cemitério de jornalistas”, enfatizando a necessidade de manter a imprensa ativa para garantir que as mortes não sejam ignoradas.
Anthony Bellanger, secretário-geral da FIJ, lembrou que os jornalistas mortos arriscaram tudo para contar a verdade e exigiu justiça e uma convenção internacional da ONU sobre a segurança dos jornalistas. Os ataques mais recentes contra jornalistas em Gaza ocorreram em 25 de agosto, quando cinco repórteres foram mortos em um bombardeio, evidenciando a gravidade da situação.
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Fonte: Sapo