As bolsas europeias encerraram a sessão de terça-feira em forte queda, refletindo a crescente preocupação com o cenário político no continente. O aumento das taxas de juros da dívida soberana teve um impacto direto no apetite dos investidores por ativos de risco, como as ações.
O início da semana foi marcado por um agravamento das yields das obrigações, especialmente nos títulos de longo prazo. As taxas das obrigações a 30 anos atingiram máximos desde a crise do euro, em 2011, tanto em França como na Alemanha, e o nível mais elevado desde 1998 no Reino Unido. Esta situação levou os investidores a adotar uma postura mais cautelosa, especialmente em setembro, um mês que historicamente apresenta desafios para as bolsas.
A valorização do ouro, que atingiu um novo máximo histórico, também é um indicativo da aversão ao risco. O Stoxx 600 perdeu 1,47%, enquanto o EuroStoxx 50 recuou 1,36%, fixando-se nos 5.293,90 pontos. A incerteza política, em particular o colapso iminente do governo francês devido a falhas na implementação de medidas de austeridade, tem gerado um ambiente de tensão nos mercados.
O DAX foi o índice europeu que mais caiu, com uma descida de 2,29% para 23.487,3 pontos. O CAC francês recuou 0,70% para 7.654,25 pontos, enquanto o FTSE MIB italiano desceu 1,61% para 41.727,58 pontos. O FTSE 100 britânico perdeu 0,87%, fixando-se em 9.116,69 pontos, e o IBEX espanhol caiu 1,57% para 14.704,2 pontos.
Os analistas da MTrader sublinham que a queda nas bolsas europeias afetou todos os setores, incluindo o energético, que, apesar de uma subida nos preços do petróleo, não conseguiu evitar perdas. A atenção dos investidores também se voltou para os dados da inflação na zona euro, que se mantém em torno dos 2%, alinhada com o objetivo do Banco Central Europeu (BCE). No entanto, as expectativas dos consumidores continuam a ser superiores, com uma projeção de 2,6% para os próximos 12 meses.
O PSI, índice da bolsa portuguesa, também fechou em queda, com uma desvalorização de 1,71% para 7.677,58 pontos. As ações da EDP Renováveis lideraram as perdas, caindo 3,04% para 9,90 euros, seguidas pela EDP, que recuou 2,13% para 3,726 euros, e pelos CTT, que perderam 2,59%, fechando a 7,15 euros. Todos os 15 títulos do PSI encerraram em queda, com a Jerónimo Martins a ser a que menos caiu, com uma descida de 0,75% para 21,18 euros.
A situação nos mercados de dívida e ações é um reflexo da incerteza política na Europa. A evolução dos mercados de dívida será crucial para entender as tendências futuras. Leia também: “Impactos da inflação nas decisões de investimento”.
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Fonte: Sapo