As seguradoras enfrentam um desafio crítico na sua operação atual. Imagine um corredor olímpico a competir com âncoras amarradas aos tornozelos. É assim que muitas destas empresas funcionam hoje em dia. Os sistemas de informação que outrora eram considerados pilares de estabilidade tornaram-se um peso excessivo, dificultando a agilidade necessária para competir no mercado.
Estamos numa encruzilhada. De um lado, ainda existem sistemas que datam da era do papel, caracterizados por serem lentos e desconectados. Do outro, os clientes exigem respostas rápidas e os custos operacionais continuam a aumentar, colocando pressão sobre as margens técnicas. Assim, a modernização das seguradoras deixou de ser uma opção e tornou-se uma questão de sobrevivência.
Felizmente, o contexto atual é favorável à mudança. A cloud atingiu um nível de maturidade que reduz riscos e custos. A inteligência artificial, quando combinada com fluxos de dados robustos, oferece uma capacidade operacional sem precedentes. Além disso, as plataformas SaaS de nova geração permitem uma implementação rápida e eficaz.
No entanto, a verdadeira recompensa da modernização das seguradoras vai além da tecnologia. Ela reside na reestruturação radical de processos burocráticos, na criação de experiências que fidelizam tanto clientes como intermediários, e na capacidade de lançar novos produtos em questão de semanas. Neste cenário, negócio e tecnologia tornam-se duas faces da mesma moeda. Liderar esta transformação requer uma visão integrada; caso contrário, o fracasso será uma inevitabilidade.
Diante deste desafio, surgem três cenários possíveis. O primeiro é desenvolver soluções próprias. Embora isso ofereça total controlo, pode levar anos e consumir milhões, além de correr o risco de obsolescência. O segundo cenário é a aquisição de plataformas SaaS, que proporciona velocidade e inovação contínua, mas exige uma adaptação que pode ser dolorosa e criar dependência de fornecedores. Por último, há a opção de remendar os sistemas existentes, que pode parecer confortável a curto prazo, mas frequentemente resulta em ilusões de progresso e custos ocultos exponenciais.
A escolha entre estas opções exige reflexão. Que funcionalidades são realmente essenciais? Os nossos processos adaptam-se à solução ou é a solução que deve ajustar-se aos nossos processos? Estamos a proteger dados ou a sufocar a inovação?
Alinhar os negócios com os sistemas de informação é fundamental para alcançar eficiência, acelerar o time-to-market e oferecer uma experiência ao cliente que seja irrepreensível. Esta jornada vai muito além da tecnologia; é, na verdade, uma reinvenção do negócio.
O futuro pertencerá a quem tiver a coragem de libertar as âncoras dos tornozelos. As decisões que tomamos hoje irão moldar quem serão os arquitetos do amanhã e quem permanecerá como relíquia do passado. O tempo não espera por ninguém!
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Fonte: ECO