Portugal pode ser o país com melhor literacia financeira

Atualmente, Portugal enfrenta um desafio significativo: é o país da Europa com o mais baixo nível de literacia financeira, segundo o Eurobarómetro de 2023. Este dado não é apenas uma estatística, mas um reflexo da realidade de milhões de lares portugueses.

Um estudo recente, intitulado “O Bem-Estar Financeiro em Portugal”, realizado em 2024 pelo Doutor Finanças e pela Laicos, revela que 50% dos portugueses sentem ansiedade ao pensar nas suas finanças pessoais. Além disso, 25% sentem-se culpados por questões financeiras e 53% não estão satisfeitos com a sua situação financeira. Estes números evidenciam a urgência de melhorar a literacia financeira em Portugal, uma vez que a saúde financeira está intimamente ligada ao bem-estar emocional.

O estudo mostra que indivíduos com um bom estado financeiro tendem a sentir três vezes menos tristeza em comparação com aqueles que enfrentam dificuldades financeiras. Portanto, a literacia financeira não é apenas uma questão de conhecimento, mas uma ferramenta crucial para melhorar a qualidade de vida dos portugueses.

Mas o que é, na verdade, literacia financeira? Segundo a OCDE, trata-se de uma combinação de conhecimentos, competências, atitudes e comportamentos que permitem tomar decisões financeiras informadas. Assim, saber sobre juros ou orçamentos é apenas o começo; é fundamental agir de acordo com os objetivos financeiros pessoais.

Para que a literacia financeira em Portugal melhore, é preciso ir além do ensino de conceitos. É necessário promover mudanças de atitude e fornecer ferramentas que ajudem as pessoas a tomar decisões financeiras que façam sentido nas suas vidas. O estudo indica que comportamentos como a poupança e a gestão do crédito são os principais fatores que contribuem para o bem-estar financeiro.

No entanto, melhorar a literacia financeira não é uma tarefa fácil. Muitos programas existentes não têm impacto significativo nas mudanças de comportamento. Isso acontece, em parte, porque não são adaptados às necessidades reais das pessoas, utilizam uma linguagem técnica excessiva e ignoram as emoções negativas associadas ao dinheiro.

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Para mudar este cenário, é crucial desenvolver programas de literacia financeira que sejam inclusivos e centrados nas pessoas. Isso implica levar a educação financeira a locais onde as pessoas já estão, como escolas e locais de trabalho, e personalizar as respostas às necessidades financeiras de cada um.

Além disso, é essencial avaliar rigorosamente a eficácia dos programas existentes, para saber o que realmente funciona. Sem dados concretos, é difícil determinar se estamos a fazer a diferença na vida das pessoas.

Tornar Portugal o país com a melhor literacia financeira do mundo pode parecer uma meta ambiciosa, mas é possível com programas bem estruturados e que cheguem às pessoas certas. Para isso, é necessário implementar mudanças estruturais que abordem questões como os altos custos de habitação e os baixos salários.

A boa notícia é que já existem iniciativas em curso em Portugal, com várias entidades a trabalhar em conjunto para melhorar a literacia financeira. Cada um de nós também pode contribuir, seja através de conversas sobre finanças em casa ou buscando formação sobre temas financeiros relevantes.

A literacia financeira é uma questão de todos e pode transformar a vida de muitos portugueses, ajudando-os a sentir-se mais seguros e satisfeitos com as suas finanças.

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Fonte: Doutor Finanças

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