Na segunda-feira, os mercados argentinos sofreram uma forte penalização após a derrota de Javier Milei nas eleições regionais da província de Buenos Aires. O peso argentino desvalorizou-se quase 6% em relação ao dólar durante a sessão, encerrando com uma queda superior a 3%, fixando-se em 1,407 dólares.
A bolsa de Buenos Aires também não escapou à turbulência, registando uma queda de 13% no mesmo dia. O índice de ações argentinas negociadas nos Estados Unidos (BKAR) afundou 18%, refletindo a preocupação dos investidores. O risco-país ultrapassou os 1.100 pontos, atingindo o nível mais elevado em onze meses.
Os peronistas, que defendem uma maior intervenção do Estado na economia, venceram as eleições com uma vantagem de 13 pontos, obtendo 47% dos votos contra 34% do partido de Milei. Esta derrota ocorre a poucas semanas das eleições intercalares, marcadas para 26 de outubro, onde o partido de Milei espera conseguir votos suficientes para evitar que o Parlamento revogue as decisões presidenciais.
Kathryn Exum, analista da Gramercy, comentou à Reuters que “os mercados estão agora mais pressionantes e parece que isso terá implicações para o voto de outubro”. Este cenário é um sinal de alerta para os investidores, uma vez que o Peronismo ainda demonstra força no cenário político argentino.
A grande questão que se coloca agora é o que sucederá após as eleições intercalares e até que ponto o governo se manterá comprometido com a sua agenda. O contexto político atual poderá influenciar ainda mais os mercados argentinos, que já estão a sentir a pressão.
Em abril, o Fundo Monetário Internacional (FMI) aprovou um resgate financeiro de 20 mil milhões de dólares para a Argentina, o que também levanta questões sobre a sustentabilidade da economia do país. A situação atual dos mercados argentinos é, portanto, um reflexo das incertezas políticas e económicas que o país enfrenta.
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Fonte: Sapo