A Inteligência Artificial (IA) está a emergir como uma ferramenta crucial na área da saúde, prometendo transformar a forma como os médicos realizam diagnósticos. Guilherme Hummel, um investigador brasileiro com várias publicações sobre o tema, acredita que, no futuro, a eficácia dos médicos aumentará à medida que a IA se torne uma parte integrante do processo de diagnóstico.
Hummel defende que a IA não só facilitará o acesso aos cuidados de saúde, mas também melhorará a precisão dos diagnósticos. Atualmente, a média de precisão de um médico está entre 30% e 40%, mas em países que utilizam mais tecnologia, esse número sobe para 40% a 50%. Com a integração da IA, Hummel prevê que, até 2030, a precisão poderá ultrapassar os 60%.
Um dos principais desafios enfrentados pelos médicos é o tempo limitado que têm para atender cada paciente, que varia entre sete a 12 minutos. Durante esse curto espaço de tempo, os médicos frequentemente precisam solicitar exames para confirmar as suas observações. A IA pode agilizar este processo, permitindo uma triagem mais eficiente e um cruzamento de informações que considera o historial médico completo do paciente, ao invés de apenas dados recentes.
Hummel exemplifica a eficácia da IA com o uso de exames de retina, onde a tecnologia pode identificar múltiplos diagnósticos, desde problemas cardíacos a cardiovasculares. Ele acredita que, no futuro, uma parte significativa do diagnóstico será realizada por máquinas, uma afirmação que sublinha a crescente importância da IA na medicina.
No entanto, Hummel reconhece a resistência que ainda existe em relação à IA, especialmente entre pacientes que temem um aumento nos erros médicos. Ele explica que a pressão sob a qual os médicos operam pode levar a erros, e a IA pode ajudar a mitigar esse problema. A última palavra no diagnóstico, no entanto, continuará a ser do médico, que terá sempre a responsabilidade final sobre as decisões tomadas.
Guilherme Hummel participará numa conferência sobre IA na Saúde, agendada para 18 de setembro, em Lisboa. Durante o evento, ele apresentará casos práticos que demonstram como a IA pode beneficiar tanto médicos como pacientes. Uma das apresentações incluirá um vídeo sobre o diagnóstico de uma doença grave numa criança, onde um médico consulta agentes de diagnóstico virtuais, cada um oferecendo hipóteses baseadas em dados específicos.
A conferência, que faz parte do XVI Congresso da Fundação Portuguesa do Pulmão, promete ser um espaço de discussão sobre o futuro da medicina e o papel da IA na melhoria dos cuidados de saúde.
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Fonte: Sapo