Ana Mendes Godinho, ex-ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, abordou a complexidade do sistema legislativo português durante a Convenção Autárquica Nacional do PS, que teve lugar hoje em Coimbra. A sua intervenção, que contava com a participação do ex-ministro das Finanças Fernando Medina, foi marcada pela ausência deste último devido a um imprevisto.
A candidata à Câmara Municipal de Sintra sublinhou que “as condições de vida se têm agravado” e que, passados 50 anos, o sistema legislativo “muitas vezes instalado” tem dificultado a capacidade do Estado em responder às necessidades das pessoas. Ana Mendes Godinho afirmou que “muitas vezes o Estado Social está em crise, porque não estamos a conseguir, com os mecanismos que criamos, responder verdadeiramente às pessoas”.
A ex-ministra utilizou a pandemia de covid-19 como exemplo, referindo que “não havia tempo para a complexidade da burocracia”. Neste contexto, defendeu que “vivemos um tempo decisivo, em que o que está em causa é se temos a coragem de assumir que há problemas, mas também que temos soluções”. Para ela, é urgente uma “revolução na capacidade de resposta” do sistema legislativo.
Durante a sua intervenção, Ana Mendes Godinho expressou preocupação com a evolução do Partido Social Democrata (PSD), que, segundo ela, “deixou de ter linhas vermelhas” e se aliou à extrema-direita. “Se deixarmos que o PSD se alie nas câmaras ao Chega, estamos todos a estender o tapete vermelho para chegarem ao Governo”, alertou.
A candidata à Câmara de Coimbra, Ana Abrunhosa, também presente no painel, criticou o atual presidente da Câmara, José Manuel Silva, acusando-o de não cumprir 80% do programa político que apresentou. Silva, eleito pela coligação Juntos Somos Coimbra, tinha prometido 112 medidas, que, segundo Abrunhosa, não foram implementadas. “Ele não cumpriu porque mudanças estruturais não se prometem para quatro anos. Promete-se o início”, afirmou.
Ana Abrunhosa destacou ainda que “as autarquias são aquelas que têm as competências, as melhores ferramentas e a melhor organização para trabalharmos a coesão social e a coesão territorial”. A importância das autarquias foi reforçada pelo candidato à presidência da Câmara Municipal de Évora pelo PS, Carlos Zorrinho, que defendeu que “a única alternativa para combater o populismo de discurso é a proximidade de resposta”.
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Fonte: Sapo