A Alta Representante da União Europeia (UE) para a diplomacia, Kaja Kallas, classificou a expulsão das equipas da Lusa e da RTP da Guiné-Bissau como “totalmente injustificada”. Esta declaração surge num contexto de crescente preocupação com a situação política do país, especialmente com as eleições a aproximarem-se. Kallas sublinhou que “órgãos de comunicação social livres e independentes são a pedra basilar de qualquer democracia”, enfatizando a importância da liberdade de imprensa.
A expulsão de jornalistas é um sinal alarmante, particularmente numa fase em que a União Europeia está a aumentar a sua cooperação com a Guiné-Bissau em áreas como a pesca e a migração. “Precisamos de olhar para estes problemas, se não forem na direção certa, será um retrocesso complicado”, afirmou Kaja Kallas, referindo-se à necessidade de proteger os direitos democráticos no país.
No dia 15 de agosto, o Governo da Guiné-Bissau anunciou a expulsão das delegações da Lusa, RTP e RDP, ordenando que os jornalistas deixassem o país até ao dia 19 do mesmo mês. No entanto, não foram apresentadas razões para esta decisão, o que gerou um forte repúdio por parte dos órgãos de comunicação social portugueses e do Governo de Portugal.
Quando questionado sobre a possibilidade de sanções ao Governo guineense, Kaja Kallas afirmou que “são esses os instrumentos que estão na caixa de ferramentas da UE”, embora tenha esclarecido que ainda não houve discussões sobre o assunto. A situação levanta questões sobre a liberdade de expressão e a integridade do processo democrático na Guiné-Bissau.
Dois dias após o anúncio da expulsão, o Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, foi questionado sobre os motivos da decisão, mas optou por não comentar. “É um problema da Guiné-Bissau com Portugal, não é com Cabo Verde. Não vou responder a isso”, disse o Presidente, numa declaração que não esclareceu as razões por detrás da expulsão de jornalistas.
A expulsão de jornalistas da Lusa e RTP é um tema que merece atenção, pois reflete a situação atual da liberdade de imprensa na Guiné-Bissau. Leia também: “A importância da liberdade de imprensa em tempos de eleições”.
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Fonte: ECO