O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, manifestou hoje a sua indignação em relação ao apoio do primeiro-ministro, Luís Montenegro, ao plano de Donald Trump para a Faixa de Gaza. Em declarações feitas após uma visita a uma escola em Viana do Alentejo, Raimundo afirmou que Montenegro está “vergado” perante “as loucuras” do ex-presidente dos Estados Unidos, considerando que o plano não tem “credibilidade nenhuma”.
Raimundo reagiu ao facto de Montenegro ter elogiado o plano de Trump, que, segundo o primeiro-ministro, poderia ser um “ponto de partida para uma paz justa e duradoura”. O secretário-geral do PCP não poupou críticas, afirmando que “Luís Montenegro tem apoiado tudo o que é de Trump”, e que isso não é uma novidade. “É só tiros nos pés”, acrescentou, referindo-se à incapacidade de Montenegro de compreender a realidade do país.
O líder comunista defendeu que Portugal deve afirmar-se como uma nação soberana, sem se submeter aos interesses dos Estados Unidos ou da NATO. “O nosso país é uma nação soberana, que deve ter uma voz própria e não deve estar sempre vergadinha perante os desejos ou as loucuras de Trump”, disse.
Sobre o plano de Trump, Raimundo criticou a falta de preocupação do ex-presidente com o povo palestiniano e outros povos, afirmando que “o que lhe interessa são os negócios”. O secretário-geral do PCP sublinhou que o plano de Trump para a Faixa de Gaza não tem credibilidade, lembrando declarações anteriores do ex-presidente que sugeriam que a região poderia tornar-se numa “riviera do Médio Oriente”.
Raimundo considerou que não vale a pena perder tempo com o plano de Trump, uma vez que “não vai dar em nada”. Enquanto se discute o assunto, “dezenas e centenas de pessoas continuam a ser mortas” na Faixa de Gaza, alertou.
O plano dos Estados Unidos, apresentado pela Casa Branca, inclui 20 pontos e prevê a criação de um comité para supervisionar a transição em Gaza, sem deslocação forçada de residentes. Este plano, que inclui o fim imediato da guerra desencadeada pelo Hamas em 7 de outubro de 2023, ainda precisa da aprovação do Hamas e do primeiro-ministro israelita, Benjamim Netanyahu.
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plano de Trump Nota: análise relacionada com plano de Trump.
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Fonte: Sapo