O envelhecimento da população portuguesa apresenta um desafio significativo para o sistema de saúde, conforme alertou Rui Diniz, CEO da CUF Saúde, durante o Seguros Summit 2025, realizado em Lisboa. Diniz destacou que a demografia é um dos principais desafios que enfrentamos, com custos de saúde a aumentar de forma alarmante. Para ele, a solução requer a colaboração de todos os intervenientes, incluindo reguladores, seguradores e prestadores de cuidados de saúde.
Para ilustrar a situação, Rui Diniz mencionou o subsistema público de saúde, a ADSE, que conta com 1,3 milhões de beneficiários. Os dados revelam que o custo médio com despesas de saúde para beneficiários até aos 60 anos é de 500 euros por ano, enquanto para aqueles com mais de 70 anos, este valor sobe para 1.200 euros. Esta inversão de custos à medida que a população envelhece é um claro indicativo da necessidade de uma abordagem mais integrada e eficaz.
Diniz também referiu que, na CUF, mais de 50% dos custos estão relacionados com o pessoal, sem incluir os honorários médicos. O aumento dos custos salariais no setor público, especialmente na enfermagem, é uma preocupação que o setor privado deve acompanhar. Contudo, o maior desafio identificado pelo CEO é a iminente deficiência de cuidadores. “Quando tivermos um número muito maior de pessoas idosas, teremos um défice tremendo de cuidadores”, afirmou, sublinhando a necessidade urgente de formação e recrutamento de novos profissionais.
Stella Bettencourt da Câmara, especialista em demografia, corroborou as preocupações de Diniz, afirmando que a população com 65 anos ou mais representa atualmente cerca de 24% do total, podendo ultrapassar os 30% até 2030. Bettencourt destacou que, desde 1993, não temos assistido a um rejuvenescimento da população, o que torna a questão da natalidade e da imigração ainda mais premente.
A demógrafa defendeu que é fundamental reinventar a forma como encaramos a longevidade, promovendo uma economia de cuidado que inclua formação e prevenção. “Cada um de nós tem um papel no processo de envelhecimento”, disse, enfatizando que a solidão é um problema que afeta tanto os idosos como os jovens.
Em suma, a deficiência de cuidadores é um desafio que exige uma resposta coletiva e inovadora. O futuro do sistema de saúde em Portugal depende da capacidade de todos os intervenientes em colaborar e encontrar soluções que garantam cuidados adequados à crescente população idosa. Leia também: O impacto da longevidade na economia portuguesa.
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Fonte: Sapo





